A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) concluiu, na última sexta-feira (10), o acompanhamento das visitas técnicas do Ministério da Saúde a Montes Claros. A ação teve como objetivo avaliar o município para a certificação de eliminação da transmissão vertical do HIV e a concessão do selo bronze de boas práticas rumo à eliminação da sífilis e da hepatite B.
Em 2022, Montes Claros já havia recebido o Selo Prata de boas práticas para a eliminação da transmissão vertical do HIV, concedido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
De acordo com Agna Soares da Silva Menezes, coordenadora de Vigilância em Saúde da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros, a transmissão vertical ocorre quando a gestante passa o vírus ao bebê durante a gestação, o parto ou a amamentação. A prevenção, segundo ela, depende de acompanhamento pré-natal adequado e uso de medicamentos antirretrovirais.
Entre os dias 8 e 10 de outubro, técnicos do Ministério da Saúde realizaram reuniões e visitas a unidades de saúde da cidade, incluindo Unidades Básicas de Saúde, o Serviço de Atenção Especializada (SAE), o Hospital Universitário Clemente de Faria e o Grupo de Apoio à Prevenção de HIV.
A socióloga Theresa Raquel Bethonico, que atua no hospital, explica que o acompanhamento das gestantes e recém-nascidos expostos a essas infecções é feito integralmente. “Nosso hospital faz parte do Projeto Nascer Maternidade, vinculado ao Ministério da Saúde. Esse projeto apoia o manejo de gestantes e puérperas infectadas com HIV, sífilis, hepatite B e HTLV. Nossas pacientes são acompanhadas tanto no pré-natal quanto no ambiente hospitalar, no momento do parto, e encaminhadas para os serviços de referência, garantindo a continuidade do acompanhamento puerperal, com consultas com infectologistas”, detalha.
Sobre a importância desse trabalho para a conquista da certifica-ção e a melhoria da saúde materno-infantil, Theresa reforça que se trata de uma ação contínua e multidisciplinar. “É de suma importância o alinhamento entre a instituição hospitalar e o seguimento ambulatorial para garantir a continuidade do tratamento do binômio mãe e filho, bem como do parceiro ou pai. Ressaltamos ainda a oferta a essas mulheres de condições de saúde e apoio para os cuidados básicos no pós-parto. Enquanto hospital de referência, focado em ensino, pesquisa e assistência, estamos sempre alinhados com as melhores práticas e o manejo adequado dessas pacientes, com foco na saúde e na qualidade de vida”, afirma.
A certificação é concedida pelo Ministério da Saúde a cidades com mais de 100 mil habitantes que atendem aos critérios definidos em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).