Iniciativa destaca a importância da prevenção do câncer de pele e melanoma
Para a médica Raiana Barbosa, é essencial que todos monitorem sua pele e fiquem atentos às mudanças que possam ocorrer (Marcello Casal Júnior/Agência Brasil)
O “Junho Preto” é um mês dedicado à conscientização sobre o melanoma, um tipo agressivo de câncer de pele. A campanha destaca a importância da prevenção e do diagnóstico precoce, já que o melanoma pode metastatizar para outras partes do corpo se descoberto tardiamente. No entanto, quando identificado nas fases iniciais, a maioria dos casos é curável.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de pele é responsável por cerca de 30% de todos os diagnósticos de cânceres no Brasil. O melanoma, tipo mais grave da doença, representa 3% de todas as neoplasias malignas, sendo estimados mais de 6 mil casos da doença por ano.
A médica oncologista e paliativista Raiana Barbosa Chaves destaca a relevância da campanha e explica que “os sinais de alerta incluem mudanças na cor, tamanho, forma ou textura de uma pinta que surgiu ou que se modificou. A regra do “ABCDE” é um guia útil para identificar características suspeitas de melanoma — Assimetria: metade da pinta não combina com a outra; bordas irregulares: contornos mal definidos ou irregulares; cor variada: presença de diferentes cores, como marrom, preto, azul, vermelho ou branco; diâmetro: maior que seis milímetros (embora melanomas possam ser menores); evolução: mudanças ao longo do tempo”.
FATORES DE RISCO
A médica destaca que os principais fatores de risco para o melanoma são exposição solar excessiva ao longo dos anos, pele clara, histórico familiar de melanoma, pacientes imunossuprimidos (que tomam imunossupressores por algum motivo de saúde ou transplantados) e grande número de nevos pigmentados.
A exposição excessiva ao sol e o uso inadequado de proteção solar são fatores contribuintes para o desenvolvimento da doença. “A radiação ultravioleta danifica o DNA das células; e aí esses danos cumulativos ao longo dos anos fazem com que as células sofram mutações e desenvolvam o câncer de pele. O protetor solar vai proteger essas células de sofrerem tantos danos quando forem expostas à radiação ultravioleta”, explica a médica.
“O principal conselho é se conhecer. Conhecer sua pele. Se encontrar alguma lesão escura, principalmente com bordas irregulares, assimétricas, de diferentes colorações, ou que estão aumentando de tamanho, é importante procurar um dermatologista para avaliar se pode ser melanoma. Os pacientes com muitas pintas pelo corpo, recomendo que tenham um dermatologista de confiança para que possa ser acompanhado anualmente. Os dermatologistas conseguem mapear e acompanhar todas as lesões do corpo”, completa a oncologista, que aconselha a todos a realizar exame de rotina e buscar ajuda médica em caso de suspeita de câncer de pele ou melanoma.