Sete meses depois do alerta e sem nenhuma medida adotada, o ministério da Saúde retoma a discussão sobre o elevado número de mortes por chikungunya no Brasil. Dentro de duas semanas, especialistas de vários estados devem se encontrar em Brasília para tentar decifrar as razões que levam à infecção, provocada por um vírus transmitido pela picada do Aedes aegypti, a causar tantas mortes.
Até agora, foram confirmados 120 óbitos pela doença. O número pode ser muito maior do que a estatística oficial. A confirmação de casos suspeitos é lenta, em virtude das dificuldades enfrentadas pelos laboratórios oficiais.
TARDE DEMAIS
Embora importante, a discussão convocada pelo ministério é considerada tardia. Um encontro semelhante foi feito em abril. Na época, foi reconhecida a necessidade de se estudar os casos até então reunidos, identificar os fatores de maior risco para o agravamento das infecções e, a partir daí, fazer uma espécie de manual voltado para profissionais de saúde. O problema é que, às vésperas do verão, período de maior risco de epidemia, nada foi feito pelo governo e o assunto perdeu espaço nas discussões em Brasília.