saúde

Funorte promove debate sobre ‘farmácias populares’

Segundo professora da instituição, o programa necessita de uma reestruturação

Márcia Vieira
marciavieirayellow@yahoo.com.br
Publicado em 20/05/2024 às 19:00.
Júnia Medeiros, conselheira federal de Farmácia em Minas, veio ouvir as demandas dos profissionais (MÁRCIA VIEIRA)

Júnia Medeiros, conselheira federal de Farmácia em Minas, veio ouvir as demandas dos profissionais (MÁRCIA VIEIRA)

Em 2023, o Governo Federal retomou o credenciamento de novas unidades para o Programa Farmácia Popular do Brasil após oito anos paralisados. Além disso, incluiu a oferta de mais medicamentos gratuitos. Nessa leva, 32 novos municípios de Minas Gerais puderam ser atendidos com o programa. Mas a iniciativa não contemplou a todos. Apenas as cidades que não tinham nenhuma credenciada puderam usufruir da medida.

Atualmente, o Programa Farmácia Popular está presente em 4.515 municípios brasileiros, dos quais 785 estão em Minas Gerais. Segundo a lista disponível no site do Ministério da Saúde, o município de Montes Claros possui 77 unidades de farmácias populares.

Por intermédio do programa, a população tem acesso gratuito a determinados medicamentos. Em outros casos, o desconto pode chegar a 90%. Cabe ao governo subsidiar o valor, integral ou parcial, à farmácia credenciada. Criado em 2004, inicialmente, os remédios gratuitos eram oferecidos aos diabéticos, asmáticos e hipertensos. A partir de 2023, o programa passou a ofertar remédios para a osteoporose e anticoncepcionais.

Para Cléa Prado, professora do curso de Farmácia do Centro Universitário Funorte, uma grande demanda dos profissionais está vinculada ao credenciamento das farmácias populares e não se trata de corporativismo, mas sim de atender ao maior número de pessoas.

“A sociedade tem que saber que nossa classe tem interesse de acesso ao medicamento. O programa precisa de reestruturação e, quando não se faz isso, a população é a grande prejudicada, pois fica sem acesso ao medicamento”, afirma Cléa. 

A farmacêutica e empresária do ramo, Camila Queiroz, destaca que, além do prejuízo à população, a concorrência é injusta. “Tenho farmácia há cinco anos e não tenho acesso ao programa. Já o meu concorrente ao lado, por exemplo, tem acesso porque está há mais tempo no mercado. Perco muito cliente. Estou lutando em condições desiguais e o programa é público, então todos deveriam ter oportunidade, especialmente os independentes”, explica.

O pedido dos farmacêuticos foi relatado à Conselheira Federal de Farmácia em Minas Gerais, Júnia Medeiros, em uma roda de conversa na Funorte/Faculdade de Saúde e Humanidades Ibituruna (Fasi).

Ela declarou que as necessidades do interior do Estado não diferem da capital. “Vim para ouvir e levar as demandas. Algumas situações já estão tramitando, projetos de lei e resolução no Conselho Federal, e temos esperança de que em breve teremos várias respostas”, assegurou, reforçando que lá atrás, algumas situações de fraude dentro do programa federal trouxeram prejuízo e consequentemente a sua interrupção. “Nossa conversa com o Ministério da Saúde trata também da importância de o farmacêutico cobrar para ser auditor”, disse Júnia.

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