Funcionamos como um computador...

Comportamento e gestão

Jornal O Norte
08/04/2017 às 09:27.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:58

Leila Silveira - Psicóloga, Coordenadora do curso de Psicologia Funorte e Diretora da TransformaSH Ltda
Délcio Fortes - Engenheiro, Professor universitário e  Consultor/sócio da TransformaSH Ltda

 

Nossa mente originalmente programada pela nossa missão de alma, vai desde que nascemos gradativamente tendo seu “software” modificado pela nossa formação e educação repressoras, convenções sociais e preceitos religiosos,  que vão formando a base , a soleira , o “pano de fundo” emocional  e responsável por tudo que sentimos , por todos os sintomas que carregamos como ansiedade, estresse, angustia e depressão.

Acreditamos que tudo que pensamos com intensidade, tudo a que dedicamos vivamente nossa atenção, tudo que colocamos em nossa cabeça, seja verdadeiro ou falso, acaba sendo absorvido por este “pano de fundo” invisível, e depositado fisicamente em nosso organismo de forma psicossomática.

Tanto faz se o que acreditamos ou elaboramos tem conexão com a realidade, ou se trata de pura fantasia...

Tudo consome nossa energia vital, tudo dispara os hormônios e glândulas de defesa de nosso organismo, tudo libera adrenalina, que de certa forma acabará acumulando em nosso “hardware”, nosso corpo, criando tensões permanentes e lesões catastróficas.

Esta é a lógica de nosso sistema de defesa e imunológico, este é o mecanismo que temos para nos defender dos perigos reais, e que funciona da mesma forma para as tragédias que criamos com nossas neuroses, com nossas ilusões, com nossas mal resolvidas questões...

Precisamos assumir que não somos o que parecemos ser...

Precisamos entender que isto resulta numa série de distorções e prejuízos para a nossa vida amorosa, sentimental, afetiva e profissional, pois negamos o que temos de mais espontâneo, de mais solto, de mais leve, de mais verdadeiro dentro de nós!

Precisamos assim o quanto antes aprender a suspender este “pano de fundo” e resgatar nossas mais profundas tendências, habilidades, vontades e desejos.

Precisamos abrir mão da escravidão imposta pela nossa “personalidade” adquirida e assumir que temos responsabilidade pelo que estamos vivenciando, entendendo que tudo o que acontece ao meu redor, tudo que desperta meu interesse ou atenção, tudo que me felicita ou deprime tem conteúdo meu envolvido.

Não podemos nunca responsabilizar o que vem de fora ou terceiros pelos nossos males...

Eles apenas refletem o que temos dentro de nós... São espelhos, projeções do que existe aqui dentro e que às vezes tenho dificuldade de aceitar.

Podemos e devemos procurar ajuda profissional, de amigos, parentes, mestres e guias espirituais... Mas não podemos entregar a eles a missão de nos salvar... Somente nós podemos salvar a nós mesmos!

O primeiro passo é entender estes mecanismos e atestados de sobrevivência que aprendemos a construir ao longo de nossa vida, desde a mais tenra infância, e que nos obriga a ser diferente do que realmente somos, nos obriga a ter que agradar aos outros, nos obriga a ser perfeccionistas, nos obriga a desrespeitar nosso próprio ritmo, nos condena a sentir permanentemente uma sensação de inferioridade, de menos valia.

O segundo passo é entender que todos nós somos bons em alguma coisa... Nascemos para sermos mestres uns dos outros...

O terceiro passo é colocar valor no processo e não no resultado final... Não deu certo, tente de novo...

O quarto e último passo é não se culpar nem aos outros... Responsabilidade é diferente de culpa... A culpa paralisa, vitimiza, escraviza... A responsabilidade conscientiza e motiva na medida em que você aceita que está sempre fazendo o melhor que pode...

Afinal, ninguém erra porque quer!



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