Tons de cuidados

Fevereiro Roxo e Laranja: campanha alerta sobre doenças crônicas e leucemia

Larissa Durães
larissa.duraes@funorte.edu.br
Publicado em 05/02/2025 às 19:00.
A iniciativa do Fevereiro Roxo e Laranja visa alertar a sociedade a respeito de enfermidades como Alzheimer, fibromialgia, lúpus e leucemia (Luanne Saraiva)
A iniciativa do Fevereiro Roxo e Laranja visa alertar a sociedade a respeito de enfermidades como Alzheimer, fibromialgia, lúpus e leucemia (Luanne Saraiva)

A campanha Fevereiro Roxo e Laranja busca conscientizar a população sobre doenças como Alzheimer, Fibromialgia, Lúpus e Leucemia. O movimento pretende ampliar o conhecimento, reduzir preconceitos e oferecer suporte aos pacientes e familiares. Segundo a médica Ariadna Janice Drummond Morais, presidente do Sindicato dos Médicos de Montes Claros e Norte de Minas (SINMED-MG), “o lema da campanha é ‘se não houver cura, que haja conforto’, destacando a importância do suporte médico e da qualidade de vida”.

A falta de informação pode retardar o diagnóstico e o tratamento dessas doenças. “Muitas vezes, os sintomas são ignorados, como dores generalizadas no lúpus e fibromialgia, esquecimentos no Alzheimer ou sinais como fadiga intensa e manchas roxas na leucemia. O diagnóstico precoce permite um melhor planejamento do tratamento”, explica a médica.

As campanhas também alertam para que essas doenças podem afetar pessoas de todas as idades. “A fibromialgia, o lúpus e a leucemia podem surgir ainda na juventude. Os pais devem estar atentos a sintomas como perda de peso inexplicada e cansaço extremo”, reforça. 

A especialista destaca que o acesso ao tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é garantido. “O SUS oferece atendimento para lúpus, fibromialgia e Alzheimer, com medicações e acompanhamento especializado. A leucemia, por ser uma doença oncológica, também conta com suporte da rede pública”, pontua.

Para a servidora pública federal B.P., que cuida dos pais diagnosticados com Alzheimer e Parkinson, o reconhecimento precoce dos sintomas foi essencial. “O diagnóstico veio há dez anos e permitiu iniciar o tratamento no momento certo. Até hoje, eles levam uma vida saudável”, afirma. A adaptação da rotina e o suporte familiar foram fundamentais. “A rotina muda completamente, e a família precisa estar atenta para observar qualquer evolução no quadro”, destaca.

B.P. acredita que a sociedade ainda tem dificuldades para compreender plenamente essas doenças. “No início, a tendência das pessoas é entrar em pânico e achar que nada pode ser feito. Mas quem vive essa realidade sabe que, com o tratamento correto, conseguimos prolongar a qualidade de vida do paciente por muito tempo”, ressalta.

Atualmente, o pai de B.P. tem 83 anos e a mãe, prestes a completar 80, continua recebendo os cuidados necessários. Para ela, o diagnóstico precoce foi essencial para garantir uma melhor qualidade de vida aos dois.

Além das doenças crônicas, a campanha Fevereiro Laranja reforça a importância da conscientização sobre a leucemia. Débora Mendes Aguiar, psicóloga da Fundação Sara, destaca que cada pessoa lida com essa situação de forma única, enfrentando desafios emocionais como medo, ansiedade, depressão e uma sensação de impotência. “O apoio psicológico e as redes de suporte são fundamentais para ajudar tanto o paciente quanto seus familiares a enfrentarem esse período difícil e a encontrarem formas de adaptação”, explica.

Além das alterações físicas, o impacto da doença também se reflete no humor, no estilo de vida e na socialização do paciente, podendo levar ao isolamento e até afetar a espiritualidade de quem convive com o câncer. Por isso, Débora reforça a importância do suporte emocional nesse momento delicado.

A campanha Fevereiro Laranja surge como uma iniciativa essencial para dar visibilidade à leucemia e estimular a sociedade a conhecer e apoiar a causa. “É fundamental que as pessoas se conscientizem sobre a doença, busquem informações e contribuam para a disseminação do conhecimento, incentivando o diagnóstico precoce e o aumento do número de doadores de medula óssea”, ressalta.

Débora convida todos a se informarem sobre os sinais e sintomas da leucemia por meio da Fundação Sara e a procurarem o hemocentro mais próximo para saber mais sobre a doação de medula óssea. “Seja um doador e ajude a aumentar as chances de cura para pacientes que precisam de transplante”, finaliza.

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