Em MOC, três casos foram confirmados na zona urbana e um em comunidade rural
Em Minas Gerais, os principais vetores e reservatórios da febre maculosa são os carrapatos do gênero Amblyomma, também conhecidos como “carrapato estrela”, “carrapato de cavalo” ou “rodoleiro” (Pedro Ricardo)
Com quatro casos de febre maculosa confirmados em Montes Claros e um aguardando resultado de terceira análise laboratorial, nesta semana o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) reforçou com coordenadores de núcleos hospitalares de epidemiologia, de serviços municipais de vigilância epidemiológica e de saúde a necessidade de intensificação das ações contra a doença. Isso porque o período entre abril e outubro é a época propícia para a disseminação do agravo devido à proliferação de carrapatos. A notificação de casos suspeitos é obrigatória. Em casos graves, podem ocorrer óbitos.
Agna Soares da Silva Menezes, coordenadora do Cievs e da Vigilância em Saúde na Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros, explica que “além da época propícia para a disseminação da doença, ela pode ser confundida com outros agravos, entre eles dengue, zika, chikungunya, leptospirose, infecções respiratórias e enteroviroses. Por isso, o diagnóstico preciso e o atendimento adequado de pacientes nos serviços de Atenção Primária à Saúde (APS) são de fundamental importância para evitar a ocorrência de óbitos”.
Dos 54 municípios da área de atuação da Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros, até o momento, 53 localidades não tiveram casos confirmados da doença. “Por isso, para a identificação de locais onde há carrapatos infectados pela bactéria Rickettsia, é de fundamental importância a coleta de vetores em hospedeiros (cães e cavalos) para a realização de exames laboratoriais. Com informações consistentes, os municípios terão condições de definir a implementação de ações de educação em saúde, incluindo o repasse de orientações à população quanto à prevenção”, reforçou Patrícia Brito, referência técnica da SRS, durante reunião do Cievs realizada por videoconferência.
Neste ano, em Salinas, a coleta de amostras de sangue em cães possibilitou a identificação de sorologias reagentes à bactéria Rickettsia. “Daí a importância da intensificação dos trabalhos de vigilância ambiental, incluindo a coleta de carrapatos em animais e em áreas de vegetação com a utilização da técnica de arrasto”, finalizou Patrícia Brito.
CASOS
Entre 2014 e 2024, foram notificados 95 casos suspeitos de febre maculosa em onze municípios da área de abrangência da SRS Montes Claros. Estão distribuídos da seguinte forma: Montes Claros (78); Claro dos Poções (3); Bocaiuva, Engenheiro Navarro, Francisco Sá, Monte Azul e Salinas (dois casos notificados em cada localidade); Francisco Dumont, Grão Mogol, Riacho dos Machados e São João da Lagoa (um caso em cada município).
Dados do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (Sinan) apontam que, do total de casos notificados de febre maculosa na área de jurisdição da SRS, seis foram confirmados em Montes Claros: um caso em 2023 e quatro neste ano (três na zona urbana e um em comunidade rural).