A ineficiência do sistema de saúde municipal continua a ser um dos assuntos mais comentados e reclamados pela população. Entre as situações recorrentes está a demora na fila para se conseguir exames simples e/ou consultas especializadas, e a ausência de médico nas unidades básicas de saúde, situação que acontece com frequência no bairro Village do Lago, cuja unidade atende também os bairros Village do Lago II, Recanto das Águas e Novo América. O senhor Jackson Souza, morador do Village, e o filho, precisaram de atendimento e estiveram na Unidade Básica de Saúde (UBS) nesta última segunda (6) e terça-feira (7) em horários diferentes, mas em nenhum momento havia profissional no local.
Já Joyce Santos, moradora do mesmo bairro, é mãe de uma criança de um ano e meio e nunca recebeu a visita de um agente de saúde, apesar da criança ter uma enfermidade que exige acompanhamento e medicação. “Preciso ir até o outro lado da cidade, na UPA Chiquinho Guimarães, para que ele receba o remédio. Além disso, não recebemos informações. Simplesmente eles dizem que não têm médico e fica por isso mesmo”, diz.
Nesta terça-feira, o vereador Ailton do Village, procurado pelas pessoas do bairro para apontar um caminho, usou a tribuna para falar da sua insatisfação e da necessidade urgente de solução. À reportagem, Ailton declarou: “Tenho propriedade para falar porque utilizo a saúde pública. É uma falta muito grave. O Village está sem médico. Tem pessoas que não têm dinheiro para pegar uma condução para ir à UPA ou ao hospital”, disse o vereador. Para Ailton, a partir do momento em que os políticos utilizarem o sistema de saúde público e sem regalias, eles entenderão a dinâmica e a necessidade de cobrar o bom funcionamento. “É inadmissível a falta de médicos nos bairros. São pessoas carentes que precisam do atendimento e o posto é esse local. É obrigação do vereador fiscalizar e do prefeito ofertar o serviço”, concluiu.
DISTANCIAMENTO
Outro ponto reclamado por moradores é a escolha, pela prefeitura, do local a ser construído a unidade básica de saúde Cidade Jardim, programada para atender os bairros Alterosa, Olga Benário e Residencial Sul. Segundo uma usuária, a construção foi iniciada em local ermo, distante das moradias e, para chegar até lá, será preciso atravessar matagal e escuridão, o que colocará em risco a vida dos moradores. O mesmo aconteceu com a Unidade Básica que atende ao Bairro São Geraldo, parte do Major Prates e Chiquinho Guimarães. A UBS foi transferida para um local que fica bem depois da UPA Chiquinho Guimarães e acabou desguarnecendo os dois primeiros bairros. Para M. J. S., “não dá para fazer o deslocamento a pé e, ao mesmo tempo, é inviável a condução”.
A Prefeitura de Montes Claros foi procurada para falar sobre as situações, porém, até o fechamento da edição não houve retorno.