A gravidez provoca mudanças físicas “duradouras” no cérebro de uma mulher, com uma perda significativa, mas aparentemente benéfica, de substância cinzenta em partes do órgão, segundo um estudo publicado na semana passada. Algumas alterações duraram pelo menos dois anos, mas não pareciam prejudicar a memória nem outros processos mentais, relataram os pesquisadores.
As mudanças “dizem respeito às áreas cerebrais associadas às funções necessárias para lidar com os desafios da maternidade”. Os aumentos de hormônios e as mudanças físicas da gravidez são conhecidos e estudados há muito tempo, mas os efeitos desta no cérebro das mulheres são pouco compreendidos. O novo estudo, publicado na revista científica Nature Neuroscience, afirma fornecer a primeira evidência de “que a gravidez provoca mudanças duradouras no cérebro de uma mulher”.
COMPARAÇÕES
Os pesquisadores compararam exames do cérebro pré e pós-gravidez de 25 mães de primeira vez. Eles também analisaram o cérebro de pais de primeira viagem, assim como o de homens e mulheres sem filhos. Encontraram “reduções de volume de GM (matéria cinzenta) pronunciadas e duradouras no cérebro de uma mulher” na gravidez, em regiões envolvidas em processos sociais.
Em testes posteriores, essas mesmas regiões se iluminaram mais em exames que mediram as reações das mulheres aos seus bebês. As mudanças no cérebro foram provavelmente uma adaptação para a maternidade - aumentando a capacidade de reconhecer as necessidades e o estado emocional de um bebê e de decodificar potenciais ameaças à sua saúde e segurança, disseram os pesquisadores.