Unhas refletem hábitos inadequados e denunciam até doença autoimune
Estrutura formada por queratina e que serve para proteger os dedos dos impactos do dia a dia, as unhas costumam ser tratadas apenas como aparato estético, principalmente pelas mulheres. Mas, mais do que isso, funcionam como uma espécie de espelho do corpo, podendo revelar desde carências nutricionais e hábitos inadequados a doenças crônicas e até autoimunes.
“Não significa que toda pessoa com alteração ungueal esteja com algum problema de saúde, mas, de fato, as unhas podem, sim, dar pistas sobre a gente. Por isso, é fundamental não só manter a higiene correta, como ter atenção constante e passar por avaliações periódicas”, afirma a dermatologista Ana Rosa Magaldi, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
Segundo a especialista, um dos problemas mais frequentes é a micose, que se manifesta sobretudo nos dedos dos pés, destruindo a camada de queratina e levando à perda parcial ou completa da lâmina. Ocasionada por fungos, que encontram no ambiente úmido e escuro local perfeito para se proliferar, exige diagnóstico precoce para ser tratada.
Menos comum, a psoríase é outro problema que pode dar sinais a partir do aspecto das unhas. Doença crônica e sem cura, a do tipo ungueal pode afetar tanto as mãos quanto os pés levando a descamações, engrossamento, depressões, manchas e até alterações de cor. O tratamento é individualizado.
Determinante para algumas avaliações médicas, o aspecto das unhas das mãos ajuda a fechar o diagnóstico, por exemplo, de doenças pulmonares, como a fibrose – quando há substituição do tecido pulmonar normal por um cicatricial.
Menos graves, mas comuns, principalmente entre mulheres, sintomas como ressecamento e descamação também devem servir de alerta tanto para dietas desequilibradas quanto para hábitos estéticos e de higiene inadequados.
ALERTA
Quando o assunto é a saúde das unhas, um dos alertas mais importantes diz respeito ao hábito de remover as cutículas e pintá-las com frequência. Sem a devida proteção e abafadas, as estruturas tornam-se frágeis e suscetíveis a problemas, explica o dermatologista Lucas Miranda, membro da SBD.
“O problema começa pela extração da cutícula, não só porque funciona como proteção, mas porque, quando retirada, sujeita a infecções e traumas. O uso de alicates e de instrumentos compartilhados também aumenta a chance de contato com sangue contaminado”, alerta o médico.
As unhas devem ser avaliadas quanto a consistência, formato e presença ou não de manchas e sulcos.