SRS de Montes Claros e Funed atualizam profissionais sobre controle da doença
Profissionais do Norte de Minas aprendem a técnica de coleta de carrapatos com a utilização da técnica de arrasto em áreas de vegetação (SES-MG/Divulgação)
Na última quinta-feira (17), a Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros concluiu a realização de curso teórico e prático sobre investigação entomológica da febre maculosa, envolvendo profissionais de dez municípios do Norte de Minas. A iniciativa teve início no dia 15 e conta com a participação de técnicos do Ministério da Saúde (MS) que atuam na Fundação Ezequiel Dias (Funed), sediada em Belo Horizonte. Por meio do Instituto Octávio Magalhães (IOM), a Funed constitui o Laboratório Central de Saúde Pública de Minas Gerais (Lacen-MG).
Em Minas Gerais, os principais vetores e reservatórios da doença são os carrapatos do gênero Amblyomma (Amblyomma sculptum), também conhecidos como “carrapato estrela”, “carrapato de cavalo” ou “rodoleiro”. Já o agente etiológico mais frequente é a bactéria Rickettsia rickettsii, responsável por produzir os casos mais graves da doença, aqui denominada Febre Maculosa Brasileira (FMB).
Os equídeos, canídeos, roedores como a capivara e marsupiais, como o gambá, têm importante participação no ciclo de transmissão da febre maculosa, podendo atuar como amplificadores de riquétsias e/ou como transportadores de carrapatos potencialmente infectados.
A bióloga e referência técnica do laboratório de entomologia da SRS de Montes Claros, Patrícia Brito, explica que o curso envolve a participação de profissionais que atuam em serviços de campo nos municípios de Montes Claros, Matias Cardoso, Monte Azul, Mato Verde, Francisco Sá, Salinas, Janaúba, Claro dos Poções, Jaíba e Verdelândia. Posteriormente, assim como equipe técnica da SRS Montes Claros, que também participa da capacitação, os profissionais atuarão como multiplicadores dos conhecimentos para os demais municípios do Norte de Minas.
A DOENÇA
A febre maculosa é uma doença febril aguda, de gravidade variável, que pode cursar com formas leves e atípicas até formas graves, com elevada taxa de letalidade. A doença é causada por bactérias do gênero Rickettsia e transmitida pela picada de carrapatos infectados.
“É importante que os municípios fiquem atentos para a notificação e investigação dos casos suspeitos de febre maculosa, isso porque a doença tem sintomas parecidos com a dengue. O diagnóstico deve ser viabilizado por meio sorológico, nos primeiros dias de aparecimento dos sintomas e a investigação dos casos deve levar em conta onde o paciente esteve nas últimas semanas. Os serviços de saúde devem assegurar a assistência necessária aos pacientes, pois a febre maculosa tem altos índices de letalidade”, observa Agna Menezes, coordenadora de vigilância em saúde da SRS de Montes Claros.