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Sábado,23 de Novembro
Outubro Rosa

Em 2023, MOC registrou 459 novos diagnósticos de câncer de mama

Larissa Durães
larissa.duraes@funorte.edu.br
Publicado em 03/10/2024 às 19:00.

Mastologista afirma que 60% dos casos de câncer de mama no Brasil são diagnosticados tardiamente, devido à falta de acesso regular à mamografia, sobretudo em áreas remotas (FREEPIK)

O “Outubro Rosa” é uma campanha dedicada à conscientização sobre o câncer de mama, o segundo tipo de tumor mais comum entre as mulheres, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), estima-se que mais de 73 mil novos casos sejam diagnosticados no Brasil em 2024, tornando a doença a principal causa de morte por câncer entre as mulheres. Em 2023, houve uma queda de 58% nos exames de mamografia realizados na rede pública de Minas Gerais em comparação ao ano anterior, acendendo um alerta sobre a necessidade de detecção precoce. Ainda assim, o câncer de mama apresenta altas chances de cura quando diagnosticado precocemente.

Em Montes Claros, a Secretaria de Saúde registrou 459 novos diagnósticos de câncer de mama em 2023, sendo 153 de residentes da cidade e 306 de pacientes de outros municípios da região. O mastologista Gessandro Fernandes ressaltou que o câncer de mama continua sendo uma ameaça significativa à saúde das mulheres, com uma estimativa de 75 mil novos casos anuais no Brasil. “O diagnóstico tardio é uma realidade preocupante no país, entre 50% e 100% dos casos sendo detectados em estágios avançados, reduzindo a eficácia dos tratamentos. Cerca de 18 mil mortes anuais são registradas devido à doença, que poderia ser curada em muitos casos se identificada precocemente”, destacou.

O mastologista afirma que 60% dos casos de câncer de mama no Brasil são diagnosticados em estágios avançados, principalmente pela falta de acesso regular à mamografia, especialmente em áreas distantes. “Embora mamógrafos estejam disponíveis no Norte de Minas, muitas mulheres não se sentem motivadas a fazer o exame; por isso, é importante campanhas como o Outubro Rosa”, explica.

Após a pandemia, os exames de mamografia em Minas Gerais apresentaram uma queda de 60%. O mastologista Gessandro Fernandes ressalta que essa situação é preocupante, pois, “o estresse, a falta de conscientização e hábitos alimentares inadequados têm contribuído para o aumento dos casos de câncer de mama”. Ele enfatiza que a mamografia é um exame acessível, com custos variando entre R$ 100 e R$ 150, e destaca sua importância na prevenção, afirmando que “um exame anual pode salvar vidas e evitar tratamentos mais agressivos, como a quimioterapia”.

Assim como foi para a paciente Ângela Soares da Silva, diagnosticada com câncer de mama em fevereiro deste ano. “Apesar do impacto inicial da notícia, recebi muito apoio de amigos e familiares, além da equipe médica. Depois do susto, passei por cirurgia e tratamento”. Ela conta que foi a detecção precoce do câncer que foi fundamental para o sucesso do processo. “Hoje estou curada. Por isso, quero enfatizar a importância do diagnóstico precoce”, e finalizou, reforçando a relevância da conscientização sobre a doença. “Todos os anos temos de fazer exames e nos conhecer para evitar o pior”, disse.  
 
TRATAMENTO
A oncologista Raiana Barbosa Chaves explicou os tipos de tratamento para o câncer de mama. Segundo ela, o câncer de mama não é uma única doença, havendo diferentes subtipos, influenciando o tratamento. “Basicamente, a base do tratamento envolve cirurgia, quimioterapia e radioterapia. Hoje, também usamos drogas-alvo, medicamentos mais modernos, dependendo do estágio e do tipo de câncer da paciente”, afirmou.

Quanto ao acesso ao tratamento, Raiana destacou que o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece todos os recursos necessários para o tratamento do câncer de mama. “Ao notar um nódulo ou alteração na mama, a mulher deve procurar um médico de família ou posto de saúde, que fará o encaminhamento para uma biópsia. Confirmado o diagnóstico, o paciente é encaminhado ao centro oncológico, onde uma equipe multidisciplinar define se o tratamento começará com quimioterapia ou cirurgia.”

Ela também comentou o aumento dos casos de câncer de mama, especialmente em mulheres jovens, abaixo de 50 anos, e até mesmo em pacientes com menos de 40 anos. “O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima cerca de 70 mil novos casos no Brasil este ano, e o câncer de mama é o mais comum entre as mulheres”, afirmou, destacando a importância da mamografia. “Se perceber algo diferente, principalmente fora das mudanças normais do ciclo menstrual, é importante procurar um médico”, aconselhou.

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