Prevenção e autocuidado

Dia Nacional de Combate à Hipertensão: Minas em alerta com 27,7% de casos

Márcia Vieira
marciavieirayellow@yahoo.com.br
Publicado em 25/04/2025 às 19:00.
Rogério Rocha afirmou que o lazer é possível, mas sem descuidar da alimentação e tomando a medicação diariamente (Arquivo Pessoal)
Rogério Rocha afirmou que o lazer é possível, mas sem descuidar da alimentação e tomando a medicação diariamente (Arquivo Pessoal)

Instituído em 2002, por meio da lei 10.439/2002, o dia 26 de abril é o “Dia Nacional de Combate à Hipertensão Arterial”. A data chama a atenção para um problema que afeta 27,7% da população adulta em Minas Gerais, estado que aparece em segundo lugar com mais casos da doença, atrás apenas do Rio de Janeiro, com 28,1% da população afetada. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Saúde a partir do Relatório Vigitel.

O empresário Rogério Rocha, de 47 anos, convive há 20 anos com a situação, descoberta por acaso, em uma roda de amigos, quando uma enfermeira aferia a pressão dos que ali estavam e ele foi surpreendido com o número 14/8, acima do índice considerado “normal”, de 12/8.

“Ela me orientou a procurar o médico e passei por exames como eletrocardiograma, ecocardiograma e esteira. Tudo que existia de exame fiz e, de lá para cá, tomo remédio diariamente”, diz. Sobre a qualidade de vida, Rogério afirma que é possível ter lazer, caso exista o controle. Porém, teve que abdicar do futebol porque percebia que só praticar o esporte, a pressão subia. A pressão alta, ele conta, herdou do pai e fez conscientemente a mudança de hábitos alimentares. “Hoje não como comida salgada, parei de beber e faço apenas caminhada. A gente tem que se acostumar. O que vejo é que as pessoas tomam o remédio e, quando a pressão aparentemente normaliza, voltam a cometer excessos”, alertou. Recentemente, ele voltou a sentir dores de cabeça, refez o check-up, sendo orientado a mudar de remédio. “Acho que meu organismo já havia se acostumado. Mudei o remédio e melhorei. Agora são dois comprimidos de manhã e dois à noite. Não tem jeito, é aceitar e cuidar”.

Nem sempre a hipertensão vem acompanhada de sintomas. A doença pode ser silenciosa e o perigo é real. A cardiologista e professora do Centro Universitário Funorte, Rita de Cássia Oliveira Araújo, diz que a hipertensão é uma comorbidade que atinge milhares de brasileiros e que, se não cuidada, pode se tornar crônica, principalmente com o envelhecimento da população.

“As indicações para prevenir a doença envolvem muito o estilo de vida da pessoa. Cuidados como ingerir uma dieta mais saudável rica em potássio, reduzir o consumo de sódio, praticar atividade física pelo menos 150 minutos semanais, ou seja, 30 minutos por dia durante cinco dias da semana, já são importantes para a prevenção”, orienta a médica, que ressalta a necessidade de se procurar um médico para consultas de rotina, mesmo com a adoção de hábitos saudáveis. 

“Se a pessoa já faz uso de medicação e tem o diagnóstico de hipertensão crônica, ela deve fazer consulta pelos menos a cada seis meses. A hipertensão tem tratamento e quanto mais cedo ocorrer o tratamento, menos chances o paciente tem de ter complicações a médio e longo prazo”, explica. Outro ponto de atenção, segundo a médica, é quanto ao Índice de Massa Corporal (ICM). “Se elevado, é indicada a redução de peso. Manter uma boa qualidade de sono também é importante para reduzir os riscos”. Quanto ao valor de referência preconizado, Rita diz que hoje existe a pressão ótima e não é mais 120 por 80 (12/8). “A pressão ótima é menor que 120 por 80, então seria 110 por 70 (10/7)”, finaliza.

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