Em Montes Claros, ausência de chuvas mantém situação sob controle, mas alerta permanece
95% dos focos estariam dentro dos domicílios, nos recipientes passíveis de remoção pelo próprio morador (Larissa Durães)
Na última sexta-feira (8), o Ministério da Saúde divulgou dados sobre a situação da dengue no Brasil. Os casos prováveis da doença apresentaram um crescimento significativo de 17,5% em 2023, comparados ao ano anterior, totalizando 1,6 milhão de ocorrências em contraste com 1,3 milhão em 2022.
Segundo os dados, é preocupante notar que, apesar do aumento nos casos, a taxa de letalidade manteve-se constante em 0,07% nos dois anos. Em 2023, foram confirmadas 1.053 mortes relacionadas à dengue, enquanto em 2022 o número foi de 999 óbitos. Em Minas Gerais os casos confirmados foram 299.269 com 192 mortes.
Segundo a diretora de Vigilância em Saúde, Maria Clara Lélis, até o mês de novembro não foi constatado aumento do número de casos no município de Montes Claros. Entretanto, na última sexta-feira, a Secretaria de Saúde informou que os casos de dengue confirmados na cidade foram 8.078, com uma morte. Por isso, é importante o que detalhou o Levantamento Rápido de Índices para o Aedes aegypti (LIRAa), realizado no final do mês de agosto, pois, veio com o índice de 5,9% que seria, 0,26% a mais em comparação com o mesmo, período do ano passado apontando que mais de 95% dos focos estariam dentro dos domicílios com recipientes que são passíveis de remoção pelo próprio morador. “A população é de fundamental importância no papel do enfrentamento. E somente com a contribuição e participação efetiva dos moradores que podemos evitar o surgimento de novos surtos em nosso município”, destaca a diretora.
Lélis também aponta a possibilidade de uma epidemia em todo o país, baseando-se nas informações do Ministério da Saúde. Ela ressalta que o Estado de Minas Gerais enfrenta um risco agravado, especialmente porque o Estado de São Paulo, seu vizinho, identificou recentemente a circulação do sorotipo 3, um tipo viral que não era visto há muitos anos. “Isso significa que o estado tem inúmeras pessoas suscetíveis a esse sorotipo por não adoecer por ele”. Para ela, não tem como fazer uma previsão se irá acontecer ou não, porque vai depender das condições climáticas e sazonais. “Ainda não choveu em Montes Claros, então precisamos acompanhar essa questão”, explica.
PERFIL
O perfil epidemiológico de casos notificados de dengue em Montes Claros, até o último boletim, foi de 15.620 mulheres (58,77%) e de 10.960 homens (41,23%). Que apresentavam sintomas de febre 21.617 (81,33%), cefaleia 18.955 (71,31%), dor nas costas 10.569 (39,76%), mialgia 20.569 (77,39%), artralgia 11.170 (42,02%) e náusea 9.844 (37,04%). Já os bairros com maiores casos foram o Independência com 1142, o Maracanã com 913 e o Vila Atlântida com 561 casos.
Segundo a diretora, é de suma importância que a população contribua ativamente para o controle, destacando a antecipação como uma medida crucial. “Pois, da mesma forma como o município implementa diversas ações, os cidadãos podem adotar uma postura preventiva, assegurando a limpeza de seus quintais e eliminando potenciais criadouros do mosquito transmissor”, conclui.