Atualmente é preciso esperar cerca de 30 dias - período conhecido como “janela imunológica” - para que a presença do vírus seja detectável em um exame. Os experimentos realizados com soro sanguíneo (líquido do sangue livre dos fatores de coagulação) permitiram detectar uma proteína presente no Vírus da Imunodeficiência Humana do tipo 1 (HIV-1), o antígeno p24, através de um dispositivo particular.
Este dispositivo permite que o p24 fique preso “entre as nanopartículas de ouro e as estruturas micromecânicas de silício”, disse à AFP o pesquisador Javier Tamayo, do Instituto de Microeletrônica de Madri, indicando que os sinais mecânicos e ópticos que são produzidos permitem detectar o antígeno.
INFECTADOS NO MUNDO
A nova tecnologia é capaz de detectar o antígeno em “concentrações 100.000 vezes inferiores” às dos sistemas atuais, afirmou Priscila Kosaka, também do Instituto de Microeletrônica de Madri, no comunicado, acrescentando que isto reduz a fase indetectável depois da infecção em apenas uma semana.
Segundo a instituição, a detecção precoce é um fator-chave para melhorar a eficácia dos antirretrovirais e para prevenir a propagação da doença. Dois milhões e meio de pessoas são infectadas por ano no mundo pelo HIV, responsável pela Aids. O HIV-1 é o tipo mais comum e agressivo do vírus. Em 2015, 36,7 milhões de pessoas viviam com HIV no mundo.