(INSTAGRAM/REPRODUÇÃO)
A pouco mais de um mês para o Carnaval, o uso de fita isolante para garantir uma marquinha “perfeita”, após o bronzeamento exagerado, não para de crescer. De olho na folia, cada vez mais pessoas exibem nas redes sociais, aparentemente sem preocupação com a saúde, as “cores e marquinhas do verão”.
Desde dezembro, a procura em locais que turbinam o procedimento “natural” cresceu. No estabelecimento do ramo da esteticista Fabiana Ribeiro, a clientela cresce 100% neste período. A procura é tanta que os atendimentos estão sendo feitos de segunda a domingo –no fim de semana, a média é de 100 bronzeamentos.
“Quando chega mais perto do Carnaval fica difícil agendar novas clientes. Para tentar atender todas, trabalhamos pela manhã e a tarde (todos os dias)”, afirma Fabiana.
Médicos reforçam, porém, que não vale tudo pela marquinha do biquíni e que insistir nela pode causar queimaduras e até doenças graves. A principal preocupação é com o câncer de pele. Só no biênio 2018-2019, quase 20 mil mineiros serão acometidos pela enfermidade, a mais comum em ambos os sexos. Conforme a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a exposição ao sol é benéfica, mas métodos inseguros têm surgido, trazendo preocupação.
“Não podemos afirmar que todos os produtos usados para o bronzeamento são naturais, muitas vezes utilizam produtos caseiros ou sem aprovação da Vigilância Sanitária. Em alguns casos até mesmo o óleo de cozinha é usado. As pessoas devem exigir que o produto tenha aprovação da Vigilância”, orienta o dermatologista Kleber de Sousa Silveira.
A bancária Vanessa Martins teve queimaduras de 3° grau na pele durante um procedimento de bronzeamento. Conta que ficou sob o sol durante 50 minutos.
“Foi a primeira vez que fiz esse tipo de bronze. O sol estava bem quente e comecei sentir a pele ardendo. Falei com a moça, ela disse que “era assim mesmo”. Não consegui ir embora de tão tonta que estava. Liguei para minha mãe e fui para o hospital”, relata.
CUIDADOS
Em Montes Claros, o método de “bronzeamento natural” pode custar de R$ 30 a R$ 50 a sessão. Mas vale reforçar: é preciso entregar os cuidados da pele a profissionais sérios.
Além de usar produtos de boa qualidade, a esteticista Fabiana Ribeiro conta que é preciso analisar o tom de pele de cada pessoa e a intensidade do sol.
“As clientes chegam ‘loucas’ querendo ficar com a marquinha e não se importam com riscos. Eu que as oriento e não deixo ficar muito tempo expostas. Além disso, temos o cuidado de sempre mantê-las hidratadas com água e sucos de cenoura e beterraba durante o bronzeamento”, finaliza.