SAÚDE

Câmara de MOC aprova aumento para pediatras municipais

Iniciativa objetiva atrair profissionais, mas não chega aos demais hospitais da cidade.

Márcia Vieira
Publicado em 09/06/2023 às 20:00.
Profissionais do Hospital Municipal Alpheu de Quadros foram contemplados (fábio marçal/prefeitura de montes claros)

Profissionais do Hospital Municipal Alpheu de Quadros foram contemplados (fábio marçal/prefeitura de montes claros)

Nesta semana, foi aprovado por unanimidade na Câmara Municipal de Montes Claros, projeto de lei que prevê aumento salarial para profissionais da área de pediatria ligados ao município. De acordo com o PL 13/2023, enviado a casa pelo Executivo, o pediatra que prestar atendimento em horário normal vai receber R$ 117/hora. 

No atendimento em horário especial, o valor será de R$ 167/hora. A assessoria de comunicação da prefeitura informou que os valores anteriores eram de R$ 92/hora e R$ 109/hora, respectivamente. O reajuste vale apenas para profissionais que atenderem na UPA Chiquinho Guimarães, no Hospital Municipal Alpheu de Quadros e Programa Saúde da Família (PSF).

A iniciativa do Executivo veio após uma polêmica que vem se arrastando há tempos e culminou com a morte de um bebê de três meses, no mês de maio. 

O fato gerou comoção na cidade depois que a mãe relatou uma peregrinação entre hospitais para ter direito ao atendimento. Na ocasião, os hospitais não tinham disponibilidade de profissionais e ela teve que recorrer a um serviço particular, mas a demora fez agravar o estado de saúde da criança. Outras centenas de mães passam diariamente pelas agruras de sair de casa em busca de atendimento. Muitas delas dividem as dores em um grupo de mães formado em uma rede social, como a engenheira B. L., Mãe de duas crianças, de cinco e dois anos. A mais nova passou por constantes crises respiratórias.

“Foram muitas madrugadas saindo com ela no colo para procurar atendimento e quando conseguia era precário. É vergonhosa a situação da saúde. Merecemos respeito. Graças a Deus a saúde dela está sob controle, mas tive que recorrer a uma clínica particular para iniciar um tratamento”, desabafou. 

Questionada sobre a solução encontrada pelo município para amenizar a crise, ela revela: “Não sei se vai solucionar. Se a UPA estiver cheia como sempre acontece e um só profissional para atender todo mundo vai demorar do mesmo jeito. Eu acho que tem que pagar mais e contratar mais gente” desabafa.
 
AMPLIAÇÃO
Para o vereador Daniel Dias (PCdoB), a aprovação é o início de uma solução, mas não resolve o problema de todo, uma vez que as demais instituições de saúde da cidade não foram contempladas com o repasse de recursos.

“É necessário que a gente tenha este profissional também nos hospitais para atendimento de urgência e emergência. E ter uma retaguarda para que no caso de uma intercorrência, o pediatra que atendeu possa acionar. A UPA está sempre lotada. Se não houver um lugar para transferir essa criança, a situação continua grave”, afirmou o vereador.

O município não informou se poderá haver, a curto prazo, a descentralização do atendimento com ampliação da medida para outras unidades.

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