
O Brasil já registra 291 casos de coronavírus. O número divulgado na tarde de ontem pelo Ministério da Saúde é 24,3% maior que o registrado na segunda-feira (234). Ontem também o país contabilizou a primeira morte pelo Covid-19 – um homem de 62 anos, de São Paulo, portador de outras comorbidades, como hipertensão.
A maior diferença nos dados se deu nos casos suspeitos, que pularam de 2.064 para 8.819, quase quatro vezes. São Paulo segue liderando, com 164 casos, seguido do Rio de Janeiro (33), Distrito Federal (22), Pernambuco (16) e Rio Grande do Sul (10).
Também possuem casos Santa Catarina e Minas Gerais (sete cada), Goiás e Paraná (seis), Ceará (cinco), Sergipe e Mato Grosso do Sul (quatro), Bahia (três) e Amazonas, Rio Grande do Norte, Alagoas e Espírito Santo (um cada).
TESTES
Uma das preocupações do Ministério da Saúde é com relação à oferta dos testes para comprovação da doença. Os representantes do ministério afirmaram que estão dialogando com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e com laboratórios privados para ampliar a oferta.
Os exames foram apontados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como medida fundamental para evitar a disseminação do vírus nos países.
A Fiocruz teria se comprometido a entregar mais 45 mil testes entre março e abril, e até 1 milhão de exames até os próximos quatro meses. Nos locais com transmissão comunitária, passarão a ser testados apenas pacientes internados.
A justificativa apresentada pelos integrantes do ministério foi que nessas situações (quando o vírus está mais disseminado e não há mais conhecimento sobre a cadeia de infecção) não há insumos para testar todas as pessoas, devendo privilegiar o foco nos casos mais graves.
“Quando temos transmissão comunitária, temos que testar pessoas com síndrome respiratória aguda grave, quem vai ao hospital e população mais vulnerável, especialmente os idosos”, comentou a representante da Organização Pan-americana de Saúde (OPAS) no Brasil, Socorro Gross.
O produtor de beleza montes-clarense Felipe Espíndola, recém-chegado da Europa e em isolamento em casa, reclamou por não conseguir fazer o exame na cidade. Segundo ele, as informações que conseguiu era de que havia poucos testes disponíveis e que eles seriam usados para pessoas que estavam com sintomas e que faziam parte do grupo de risco, como idosos. “Estou preso em casa e não tenho como saber se estou doente ou não”, reclamou o produtor.
Ele disse que durante todo o dia de ontem ligou para os números fornecidos pela Prefeitura de Montes Claros para obter informações e só depois de muita insistência conseguiu ser atendido.
“A ligação caiu em um hospital. O atendente disse que lá eles não estavam preparados para fazer o exame e que eu deveria procurar outro hospital. Mas no outro também fui informado de que não havia exame disponível e que eu deveria procurar o PSF do meu bairro. Não atenderam a ligação. Ou seja, estou em casa, mas não sei realmente qual é a minha condição”, lamentou.
Em rede social, a assessoria da prefeitura informou que o telefone está sobrecarregado e o indicado seria deixar a reclamação por escrito em WhatsApp.
*Com Márcia Vieira e Agência Brasil