Pela 1ª vez, hospital realizou o procedimento cirúrgico de Mielopatia Cervical Espondilótica
(Álvaro Vicente Fróes)
A Mielopatia Cervical Espondilótica é um processo degenerativo que afeta a coluna e o sistema neurológico do paciente. O tratamento da doença é cirúrgico e foi realizado pela primeira vez no Hospital das Clínicas Dr. Mário Ribeiro da Silveira, em Montes Claros, no último dia 28. A conquista veio se somar às inúmeras ofertas de serviços da unidade hospitalar que completou dez anos de existência em 2023.
“O HC, ao abrir mais uma oferta de cuidados com a saúde, demonstra compromisso com a excelência médica e a melhoria contínua. É um marco na nossa história médica e traz esperança a tantos pacientes que sofrem com essa condição”, disse Raquel Muniz, diretora do Hospital das Clínicas.
O primeiro paciente a passar pela cirurgia na unidade hospitalar foi o motorista Valério Barbosa, que relata ter sido diagnosticado com Chikungunya em fevereiro. Após se curar da enfermidade, as dores persistiram. Inicialmente, ele pensou que fossem consequência de sua atividade profissional. Após uma consulta com um especialista em coluna, foi descoberta a existência de um problema crônico na região cervical, o que levou à necessidade de realizar o procedimento cirúrgico.
“O custo era alto e eu não poderia pagar. Então, procurei ajuda e consegui fazer a cirurgia no HC. Para mim foi bom demais! Estava perdendo os movimentos das pernas e dos braços. A dor me atrapalhava no serviço e quase pedi afastamento”, conta Valério que está em período de recuperação e com expectativa positiva em relação ao futuro. “Vou fazer a fisioterapia e em breve quero voltar às minhas atividades de maneira normal”, conclui.
O médico e professor, Ramon Guerra, que realizou a cirurgia, destaca que as dores articulares do paciente eram em razão da Chikungunya, mas a perda de força progressiva foi provocada por duas hérnias graves que estavam comprimindo a medula cervical.
“É a primeira vez que o hospital das Clínicas faz essa descompressão de medula, que consiste na substituição do disco por uma prótese, que é uma gaiolinha com um enxerto ósseo. Esperamos que o paciente possa estabilizar o seu problema e melhorar essa movimentação”, disse Ramon, explicando que o procedimento é delicado e exige equipamentos de ponta, técnica e equipe adequadas. A duração da cirurgia é em torno de duas horas, podendo ser maior ou menor de acordo com a necessidade de cada paciente”, afirmou.