SAÚDE

Ar seco e período frio aumentam risco cardíaco em Minas

Além do coração, tempo também pode agravar doenças respiratórias, alerta especialista.

Leonardo Queiroz
Publicado em 12/07/2023 às 19:00.
Para minimizar os impactos do período, o recomendado é uma boa hidratação (Leonardo Queiroz)

Para minimizar os impactos do período, o recomendado é uma boa hidratação (Leonardo Queiroz)

O ar seco que atinge o Norte de Minas e outras regiões do estado pode elevar a concentração de poluentes e aumentar o risco cardíaco em pessoas com comorbidades, como comprometimento coronário. Esse risco aumenta, porque para manter a pressão arterial com esses vasos dilatados, o coração precisa trabalhar e bater mais forte. Além do coração, com mais esforço os poluentes do ar promovem uma irritação no pulmão.

Ventos que sopram do quadrante noroeste têm transportado ar quente e seco para Minas Gerais associado a áreas alongadas de alta pressão, em médios e altos níveis, o que reforça a inibição de nuvens de chuva. Espera-se tempo estável ao longo do período e em todas as mesorregiões, com predomínio de céu claro a poucas nuvens. As máximas estarão entre 30 e 32°C, no Triângulo Mineiro, Central, Noroeste e Norte, em conjunção com valores de umidade relativa do ar na casa dos 20-25%, à tarde. Em Montes Claros, a previsão para a última quarta-feira (12) foi a mínima de 15°c e máximo de 33°C com umidade relativa do ar em torno dos 20%. 

O médico, Antônio Jose Marinho Cedrim, cardiologista e emergencista, coordenador do Pronto Socorro do Hospital das Clinicas Dr. Mário Ribeiro, explica que o que chama mais atenção nesse período é a redução da temperatura juntamente com a redução gradativa da umidade do ar – “As doenças vasculares preocupam e o que chama atenção são os riscos referentes a desidratação onde o paciente fica mais exposto. Para aqueles que não tem nenhuma patologia é mais tranquilo e se adaptam às condições climáticas. Os coronariopatas e os que tem doenças cardiovasculares instaladas tem uma diminuição do volume arterial efetivo e um aumento dos riscos de formação de trombos decorrente da desidratação que também acarreta na diminuição da capacidade de perfundir órgãos nobres como o coração”, explica. 

“Associado a isso, temos uma queda gradual das temperaturas o que leva os pacientes a uma exposição maior referente à uma vasoconstrição, diminuição do calibre com aumento do trabalho cardíaco e com esse aumento pode precipitar uma exacerbação como infarto, onde temos um desbalanço entre oferta e consumo”, completa o cardiologista. 

Em relação às doenças respiratórias no período de baixa umidade do ar, o médico Antônio Cedrim explica que o ar seco e diminuição da temperatura provocam uma alteração na área da mucosa, “pelo fato do ressecamento há uma alteração direta na imunidade dos pacientes sendo um período de grande exacerbação das doenças respiratórias, principalmente para aqueles que já sofrem com alguma patologia respiratórias como o paciente asmático que passam a ter uma inflamação maior nas áreas onde passa o ar”, completa.

A recomendação principal é que todas as pessoas, principalmente os coronariopatas, tenham uma hidratação adequada evitem ambientes de exposição extrema ao frio. 

*Com informações do Sistema de Meteorologia e Recursos Hídricos de Minas Gerais (SIMGE)

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