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Domingo,2 de Novembro
Perigo estético

Anvisa proíbe substâncias utilizadas na esmaltação de unhas

Márcia Vieira
Repórter
Publicado em 31/10/2025 às 19:00.

A técnica de alongamento com esmaltação em gel, amplamente adotada por mulheres nos últimos anos, pode estar com os dias contados. Desde a última quarta-feira (29), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou uma resolução que proíbe a utilização de produtos que contenham as substâncias TPO (óxido de difenil) e DMPT (dimetil-p-toluidina). O gel, amplamente utilizado por manicures em espaços de beleza, invariavelmente contém substâncias tóxicas. 

Após receber a camada de gel, as unhas são colocadas em um equipamento com luz ultravioleta ou LED. Conforme os estudos que pautaram a decisão da agência reguladora, o uso do produto pode prejudicar a fertilidade e aumentar o risco de câncer. Estão expostos ao risco tanto os usuários quanto os profissionais que manuseiam os produtos.

A pediatra Oriana Vieira Carneiro utiliza o gel há bastante tempo. Adepta de uma vida natural, ela conta que esse era um dos últimos vínculos não naturais que mantinha no cuidado com a estética. “Depois de dois anos usando gel para tentar manter minha unha mais tempo arrumada, eu me cansei. Já estava bem acostumada com a situação, mas antes mesmo de ler a resolução, eu decidi ficar com a unha natural”, revela.

Para a médica, a praticidade do método de fazer as unhas é inegável, mas a decisão tem a ver com a chegada da primeira netinha, Luna, e a intenção de manter as unhas mais curtas. “Sei que a unha vai estragar mais rápido, tenho mais chance de quebrar, mas estou disposta a abandonar o hábito. Coincidentemente, veio essa resolução e acabou reforçando a minha decisão”, diz.

A manutenção, segundo Oriana, não é barata, mas vale a pena em relação ao custo-benefício, porque mantinha o esmalte por um longo tempo. Ela não estranhou a regulação. “A medida já era adotada em outros países, então não foi algo tão surpreendente. Era natural que chegasse aqui. No salão que frequento, os funcionários já estão cientes e creio que isso não afetará o movimento nesses locais”, opina.

Os estabelecimentos que comercializam produtos que contenham essa substância têm até 90 dias para encerrar a utilização. Os produtos em estoque ainda poderão ser vendidos dentro desse prazo. Após esse período, a Anvisa faz o recolhimento dos produtos.

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