Campanha faz apelo por mais doadores de medula óssea

Número de inscritos caiu de 124 para 45 por mês, em Montes Claros

Adriana Queiroz
O NORTE
23/02/2021 às 00:39.
Atualizado em 05/12/2021 às 04:14
 (Divulgação)

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Doença que matou 7.218 brasileiros em 2018, e que foi diagnosticada no ano passado em mais de 10 mil homens e mulheres no país, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a leucemia traz um desafio além do tratamento em si: convencer as pessoas a se cadastrarem como doadoras de medula óssea. Em Montes Claros, o número de novos voluntários despencou em três anos: de 124 por mês, em 2018, para 45 por mês em 2020, período atípico devido à pandemia de Covid-19. Este é considerado o mês de alerta para doença, daí a campanha Fevereiro Laranja.

A leucemia é o câncer que tem origem no sangue, explica o hematologista José Alfreu Soares Junior. “Existem muitos tipos. Alguns são mais comuns em crianças, como, por exemplo, a leucemia linfoblástica aguda. Outras formas ocorrem principalmente em adultos”.

O tratamento pode ser complexo, dependendo do tipo da doença e de outros fatores envolvidos (idade, comorbidades e questões genéticas). 
 
TRANSPLANTE
O transplante de células-tronco (também chamado de transplante de medula óssea) é um dos pilares do tratamento para grande parte dos casos, especialmente para pessoas com menos de 65 anos.

“No transplante alogê-nico, a pessoa recebe células-tronco de um doador, de preferência um irmão ou irmã com uma constituição genética semelhante. Se a pessoa não tiver um irmão ‘compatível’, uma pessoa não aparentada com uma composição genética compatível pode ser usada. Por isso a importância de termos em cadastro um grande número de doadores de medula óssea”, explica o médico. 

O cadastro dos voluntários é feito nos hemocentros, via coleta e análise sanguínea. Caso alguém seja compatível com um paciente com necessidade de transplante, será convocado para realizar a doação. Muitas pessoas podem ser cadastradas e nunca ter que doar. Por outro lado, outras podem ser convocadas para doação por mais de uma vez. 

“Enquanto esses pacientes aguardam o transplante de medula óssea, vão precisar de transfusões sanguíneas”, diz a responsável pela captação de doadores do Hemocentro Regional de Montes Claros, Rosana da Silva. 

Interessados em se tornar um doador (a) o voluntário (a) devem procurar qualquer unidade da Hemominas no Estado para fazer o cadastro. No Norte, a inscrição é feita somente no Hemocentro Regional de Montes Claros (rua Urbino Viana, 640, na Vila Guilhermina).

Depois, as informações são reunidas em um grande banco de dados nacional, o Registro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), que poderá ser acionado até por outros países, numa política de cooperação internacional. “Isso amplia, consideravelmente, as possibilidades de se encontrar um doador compatível”, diz a assessora de Captação e Cadastro de Doadores da Hemominas, Viviane Guerra. 


Garotinha vence a doença duas vezes
Mãe de Anna Clara, de 10 anos, Vanessa Nunes conta que a filha foi diagnosticada com leucemia em 2013. Na época, a menina fez o tratamento com quimioterapia, mas menos de 2 anos depois a doença retornou. 

Começou, então, a busca por um doador compatível com a menina, pois só o transplante de medula óssea poderia dar nova vida a Ana Clara.

“Fiquei muito preocupada, pois não sabia como era (o transplante), mas era a chance da minha filha. Então fomos para Brasília e Anna fez o transplante de medula autólogo em 19 junho de 2018. Foi muita gratidão e depois de três meses de transplante, estávamos de volta para casa com vida nova”, conta. 

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