Samuel Nunes
Repórter
Os médicos anestesistas que prestam serviço ao sistema único de saúde (SUS) de Montes Claros deflagramm desde 12 de novembro de 2009, paralisação esta por tempo indeterminado, somente atendendo nos casos de urgência e emergência, em função da reivindicação da categoria por melhoria na remuneração não ter tido resposta positiva por parte da secretaria municipal de saúde, que não acolheu a reivindicação e nem mesmo ofereceu qualquer contraproposta, embora tenha reconhecido ser justa a reivindicação dos médicos durante fala do secretário municipal de saúde José Geraldo de Freitas Drumond.
Diante deste impasse, o vereador João de Deus (PPS), presidente da comissão de saúde da câmara municipal, demonstra preocupação em decorrência da greve. Revela que vários transtornos têm sido enfrentados pela população, principalmente aqueles que têm cirurgia programada.
João de Deus frisa que são vários os pacientes que estão na lista de espera para realizar cirurgia e não conseguem. Em virtude da situação vivenciada por estas pessoas, o parlamentar cobra do secretário de saúde José Geraldo de Freitas Drumond mais empenho para resolver este problema de saúde pública no município. De acordo com o vereador do PPS, a tabela do SUS está mais que defasada, sendo, portanto, primordial que seja corrigida.
- Tem gente a espera de uma cirurgia há mais de 40 dias. São casos que, se não for resolvidos com agilidade, tem uma grande propensão de se tornar o quadro do paciente grave – ressalta.
Em nota enviada à imprensa, os representantes da categoria afirmam que, enquanto os recursos da união destinados à saúde em Montes Claros passaram de R$ 84.273.960,46 no ano de 2004 para R$ 151.845.753,34 no ano passado, a tabela de procedimentos, cujos valores são apenas referências mínimas, não sofreu qualquer melhoria digna, e o município de Montes Claros aumentou seus recursos próprios aplicados na saúde de R$ 14.742.355,67 para R$ 29.605.663,66 no mesmo período, mas que essa elevação não refletiu na remuneração dos médicos anestesistas do SUS.
A principal alegação da categoria é de que a tabela de procedimentos do SUS está com valores profundamente defasados, por exemplo, para uma curetagem uterina o SUS paga R$ 20,12, para uma cesariana R$ 45,00, para uma cirurgia de garganta R$ 31,53, para uma fratura de braço R$ 28,80.