Representantes dos servidores retornarão à prefeitura hoje à tarde para nova reunião com o secretário de Finanças. De acordo com eles, desta vez, se o pagamento não for autorizado, vão recorrer ao Ministério Público
![]() Manifestantes em frente à prefeitura: pressão até agora não garantiu o pagamento de salário atrasado |
Servidores da administração passada (2013-2016) voltaram a tomar as escadarias da porta da prefeitura de Montes Claros na manhã desta quinta-feira 26, para exigir do prefeito Humberto Souto o pagamento de seus salários referentes a dezembro e, ainda, dos valores das rescisões contratuais. Mais uma vez os manifestantes foram impedidos de falar com o prefeito sob alegação de seus assessores de que ele não se encontrava em seu local de trabalho.
A missão de falar com os servidores coube, de novo, ao secretário de Finanças Cori Ribeiro. Ele recebeu uma comitiva de representantes para repetir que não há dinheiro para honrar os vencimentos dos ex-trabalhadores.
De acordo com Iara Pimentel, professora que também está com pagamento retido pela prefeitura e que mais uma vez conduziu a comitiva na conversa com o secretário, Cori Ribeiro reiterou que os recursos que estão sendo acumulados pela administração serão exclusivamente para pagar servidores que trabalharam em janeiro deste ano, e que o acerto com os ex-servidores dependeria de “respostas” sobre liberação de recursos para essa finalidade, sem, no entanto, especificar que recursos seriam estes e de onde viriam.
NOS FUNDOS
Enquanto os ex-servidores mantinham posição em frente à prefeitura, nos fundos do prédio outro grupo interceptou o prefeito antes que tomasse o elevador que o levaria ao seu gabinete no terceiro andar. Abordado sobre o pagamento de dezembro, Humberto Souto repetiu a falta de recursos, reiterando que “ele” não deixou recursos no cofre, referindo-se ao ex-prefeito José Vicente Medeiros. O prefeito também acusou que recursos do Fundeb (Fundo de Desenvolvimento do Ensino Básico) tiveram destino desconhecido com o governo de José Vicente, o que teria inviabilizado o pagamento dos funcionários da educação. Diante da insistência do manifestante em exigir o pagamento pelo trabalho que exerceu “para o município”, independentemente do fato de a administração anterior ter deixado ou não recursos para isso, o prefeito mostrou irritação e afirmou que não “devia nada a nenhum deles” e que a dívida deveria ser cobrada da prefeitura.
- Eu devo alguma coisa a vocês? Não devo. Quem deve é a prefeitura – bradou.
- Então? Por isso estamos cobrando do senhor. O senhor, como prefeito, é que tem a obrigação de nos pagar – retrucou o manifestante, cuja conversa foi gravada em vídeo e divulgada nas redes sociais.
EXTRATO BANCÁRIO
Informado da acusação de Humberto Souto de que o ex-prefeito José Vicente não deixara recursos nos cofres municipais, o ex-secretário de Articulação Política e Desenvolvimento Regional, Diego Macedo (foto), informou a O Norte, na tarde de ontem, que estão sendo tomadas medidas para que a verdade venha à tona. O ex-secretário afirmou que já foram tomadas providências judiciais para que seja tornado público o extrato bancário que provaria o depósito dos recursos que seriam destinados ao pagamento do mês de dezembro dos servidores municipais. Diego Macedo desmente o atual prefeito e ratifica a afirmação de José Vicente Medeiros de que o dinheiro está nos cofres.