Samuel Nunes
Repórter
Servidores públicos municipais liderados pelo sindicato realizaram ontem, em frente à prefeitura, manifestação pela valorização da categoria e para protestar contra a superlotação da prefeitura com funcionários fantasmas. Em manifesto, o sindicato dos servidores municipais classifica tal situação como um atentado à legalidade, moralidade, e impessoalidade da administração pública.
Segundo Waldemar Filho, da executiva do sindicato, servidores da educação e saúde, além de vigilantes e funcionários da Esurb, participaram da manifestação, que teve como objetivo chamar a atenção do poder público municipal para as promessas de campanha em relação à valorização do servidor, que ainda não foram cumpridas.
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Servidores protestam em frente à prefeitura,
cobrando do prefeito promessas de campanha.
O presidente jurídico do sindicato dos servidores municipais, Walmore Edi, afirma que, em decorrência da manifestação, houve paralisação parcial dos trabalhos em algumas escolas municipais. Segundo Edi, alguns itens considerados importantes foram debatidos com os servidores em encontros que estão sendo realizados. Várias reivindicações foram levadas ao prefeito Tadeu Leite, dentre as quais a data base da categoria que ainda não teve acordo. O sindicalista chama atenção ainda para outra cobrança que diz respeito ao pagamento do Fundeb - Fundo de manutenção e desenvolvimento da educação básica e de valorização dos profissionais da educação a cerca de 180 professores referente ao ano de 2008.
De acordo com Walmore, os servidores reivindicam ainda prêmio de desempenho aos profissionais que trabalham na fiscalização lotados na secretaria de Planejamento e Procon e aos vigilantes. Ele lembrou também da necessidade de se estabelecer o plano de carreira do servidor e o piso nacional para os professores da rede municipal de educação.
- O reajuste que o sindicato deseja no sentido de corrigir as perdas oscila em 9.20%. O reajuste que queremos varia por categoria, em média de 15 a 40%. Em relação aos professores, hoje o salário é de R$ 816, sendo que o piso nacional é de R$ 1.312 - diz.
O servidor público municipal Ismael Pereira Fonseca, que trabalha como operador de máquina, na secretaria de Serviços Urbanos, elogia a iniciativa da realização da manifestação. O servidor, que recebe R$ 655, afirma que seu salário é muito aquém do que realmente merece receber.
- Qualquer companhia de asfalto paga para quem trabalha na mesma função que exerço, de operador, R$ 2 mil. Tenho 27 anos de serviços prestados ao município, e é perigoso eu aposentar recebendo praticamente um salário mínimo - afirma.
Ismael cobra da administração municipal o pagamento da insalubridade em 40% e lembra ainda da necessidade da realização de concurso público e da reforma administrativa.
Já na sala Geraldo Freire, anexo à câmara municipal, servidores se reuniram mais uma vez.
A O NORTE, Walmore Edi informou que o prefeito Tadeu Leite encaminhou ofício ao sindicato afirmando que, por ser este ano eleitoral, impede aumento salarial acima da inflação do período anterior. No oficio, o prefeito diz ainda que está aberto ao diálogo e espera encontrar a solução para ajustar as dificuldades financeiras à necessidade de melhoria das condições salariais dos servidores.