Eduardo Brasil
Repórter
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O prefeito Athos Avelino - PPS teria designado o secretário municipal de Indústria e Comércio, Adauto Marques, para rebater publicamente as críticas que o seu governo vem recebendo dos vereadores que lhe fazem oposição na câmara municipal de Montes Claros. Na primeira oportunidade, o escolhido para a reação do chefe do executivo foi Ruy Muniz - PFL, que tem revelado contundentemente da tribuna parlamentar a indignação do povo que se sente revoltado pelo estado de abandono a que foi deixado pela atual administração.
Escolhido para receber ataques da administração, Ruy Muniz retruca exigindo que a prefeitura fale menos e trabalhe mais (foto: Wilson Medeiros)
Adauto Marques aproveitou a audiência pública, realizada pela câmara municipal na segunda-feira 07, proposta por Ruy Muniz - e que foi fundamental para que na reunião ordinária de ontem o legislativo não votasse, mais uma vez, projeto do executivo, maléfico aos lojistas do Shopping Popular - para atacar o vereador. Argumentou que a decisão de Ruy Muniz, em integrar a oposição na câmara municipal se deveu ao fato de o seu nome ter sido preterido para participar da bancada situacionista.
MENTES PEQUENAS
O vereador Ruy Muniz, sem oportunidade de retrucar o assalto do secretário naquela oportunidade, o fez ontem, da tribuna legislativa, considerando o argumento do assessor municipal pequeno.
- O que ele disse é característico de mentes pequenas. Mentes pequenas é que pensam assim. São próprias de pessoas que precisam de benesses do poder público. Eu nunca quis ser membro de uma bancada que defende uma administração inoperante. Não preciso de suas benesses. Todas as pesquisas apontam que 70% da população de Montes Claros consideram péssima a administração do prefeito Athos Avelino. Eu jamais participaria de um grupo desse nível.
Ruy Muniz fez questão de se distanciar ainda mais dos apoiadores do governo municipal, chamando a atenção para sua independência dentro do legislativo - e o seu compromisso com o povo, ao qual ele deve o sucesso nas urnas de 2004 e de forma inédita.
- Sou um vereador eleito com o maior número de votos da história política de Montes Claros. Eu jamais trairia a confiança que o povo depositou em mim. Por isso sou um vereador do povo, e não um capacho de ninguém.
INOPERÂNCIA
O parlamentar aproveitou a provocação do secretário municipal para repetir as cobranças da população, exigindo que ele e o prefeito trabalhem e façam valer o salário que recebem.
- Vamos trabalhar, doutor Athos. Senhor secretário, faça valer o salário que recebe, de mais de cinco mil reais, pago pelo povo, e trabalhe. A cidade está abandonada, o desemprego está por todos os cantos e vocês não fazem nada? - cobrou, lembrando suas ações sociais que aponta como exemplos à prefeitura, no sentido de que ela faça o mesmo.
- Por que a prefeitura não instala fábricas, como a de remédios quimioterápicos que estou trazendo para o município? Por que não constrói moradias para os pobres, inteiramente de graça, como estou fazendo? Por que não investe na educação, na saúde, na qualidade de vida das pessoas? Na geração de emprego e, sobretudo, no fim do nepotismo que hoje paga salários a mais de 500 de seus apadrinhados na prefeitura? Por que, enfim, a prefeitura não trabalha?
Ruy Muniz conclui sugerindo que o executivo evite perder tempo respondendo críticas do povo usando apenas o tom das palavras de assessores.
- Ele deve responder é com trabalho. O povo está cansado de conversa.