Samuel Nunes


Repórter

A audiência pública proposta pelo vereador pastor Altemar (PSC) para discutir o atendimento nas unidades de saúde, marcada a manhã de ontem, acabou não se realizando, uma vez que as autoridades convidadas não se fizeram presentes. Dentre os convidados, representantes dos hospitais Universitário, Fundação Dílson de Quadros Godinho, Aroldo Tourinho e Alfeu de Quadros, gerentes das unidades de saúde dos bairros Antônio Pimenta, São Judas, Delfino Magalhães, Maracanã, Santos Reis e Major Prates, além do secretário municipal de Saúde, José Geraldo de Freitas Drummond. As 8h09 da manhã, o presidente da câmara municipal, Athos Mameluque (PMDB), declarou encerrada a reunião.

Lideranças comunitárias que estavam no plenário ou chegavam no momento se surpreenderam negativamente com a não-realização da audiência, marcada há mais de 15 dias.

O presidente da Orgamontes - Organização das associações de Montes Claros, Virgílio de Barros Filho, avalia como lamentável o ocorrido.

- Ninguém sabe se é de propósito o que aconteceu, se é tudo orquestrado. São questionamentos que devem ser feitos neste momento, em que a saúde no município passa por vários problemas, e a audiência pública é o foro para se discutir os problemas e propor soluções - afirma.

Para Virgílio, apesar da importância da audiência pública, esta não está sendo respeitada e por isto o objetivo não sem sido alcançado em algumas oportunidades.

A presidente da associação de amigos do Santo Antônio I, Maysa Cássia Martins Soares, também lamentou o episódio. De acordo com ela, o descaso com a saúde é total no município.

- O povo está sofrendo às portas dos hospitais, como no Alfeu de Quadros, sem que nenhuma providência seja tomada. Há ausência de médicos como pediatras, isto há meses, e nada é feito. Há informações também de que unidades de saúde como do bairro Esplanada não estão funcionando até às 22h, como anunciado pela prefeitura em propaganda na televisão - diz.

O proponente da audiência, pastor Altemar, disse que a ausência de representantes do poder público municipal, principalmente do secretário de Saúde, é sinônimo de descaso com a saúde pública.

Questionado se o gesto é retaliação da administração por causa da sua postura de oposição ao executivo, ele disse acreditar que sim. No entanto, lembrou que o maior prejudicado é o povo. 

- Isto é que é fazer oposição ao povo. A audiência é importante, uma vez que o povo é o maior prejudicado com a situação das unidades de saúde do município, onde a falta de médicos vem se arrastando desde o ano passado, sem que nenhuma solução definitiva seja tomada por parte desta administração. Como passaram as eleições, eles vão ficar preocupados com o quê? Todos receberam convites e de forma bem antecipada, no entanto, não compareceram, o que demonstra falta de respeito com a câmara municipal e com a população, o eleitor - conclui.