POLÍTICA

Recurso permanente para população PcD é debatido na cidade

Instituições pedem maior atenção e cuidados por parte da administração de Montes Claros

Márcia Vieira
Publicado em 30/10/2023 às 19:00.
 (Divulgação)

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O “Centro Dia” — Serviço de Proteção Especial as pessoas com deficiência, aos idosos e as suas famílias, dependem de recursos para dar continuidade às atividades. O serviço é prestado pelas escolas de educação especial, Capelo Gaivota, Vovó Clarice e Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), e, anualmente, seus representantes recorrem à Câmara Municipal de Montes Claros para pressionar o Executivo a enviar o projeto e liberar recurso. A demora reflete diretamente na qualidade e manutenção do serviço e impacta emocionalmente em todos os envolvidos. 

Jimi Hendrix Rodrigues Veloso, usuário do centro dia, ressaltou que a insegurança quanto a continuidade da assistência, compromete os usuários.

“Peço encarecidamente que destinem esse recurso fixo para pagar os nossos cuidadores. Eles cuidam muito bem da gente, com carinho. Nós apegamos a eles, não queremos perde-los. A gente não pode ficar com medo de acabar o contrato e não tê-los mais”, pediu. 

A Escola Capelo Gaivota presta o serviço há mais de 40 anos. De acordo com Kelly Mendes, representante da instituição, não existem na cidade programas voltados as pessoas com deficiência intelectual e o Capelo Gaivota assume a tarefa. 

“Peço encarecidamente que nos deem atenção e destinem esse recurso. O que seria desse público se não fosse esse serviço? Nós ofertamos, e isso tem um custo financeiro e emocional tanto para quem está exercendo o trabalho como para as famílias. É muito triste ter que trabalhar com recurso limitado com tempo limitado. Se eu não tenho uma mente sã, ficamos adoecidos junto com essas famílias”, disse Kelly. 

O vereador Daniel Dias lidera uma equipe de parlamentares que busca inserir o recurso de maneira permanente no orçamento. Para discutir o tema, foi realizada na Câmara Municipal uma audiência pública envolvendo pessoas do setor. 

“Se é necessário criar uma rubrica, que seja criada. Temos que garantir esse recurso porque estamos tratando com vidas. Constroem-se pontes, escolas, troca asfalto, mas a dignidade humana não tem preço. Um milhão e setecentos mil reais não é nada para um orçamento de dois bilhões de reais, que é o do município. É urgente essa transformação”, disse o vereador.

Para Valcir Soares, ex-vereador e presidente de honra da Associação dos Deficientes de Montes Claros (Ademoc), sem este serviço, os PCDs não tem outro lugar que os acolha em suas necessidades. “Eles precisam de ocupação, de treinamento, de educação e como melhorar o seu dia. A luta é justa, já tem o envolvimento dos vereadores, basta o município querer investir e criar essa destinação e programar para o ano que vem”. 

No ano passado foram destinados cerca de R$ 300 mil reais, recurso insuficiente para atender a demanda. De acordo com a gerência financeira da Secretaria de Desenvolvimento Social, é necessário o cofinanciamento, com participação dos três entes federados, Município, Estado e União. “O centro dia é um serviço da política de assistência social e nós temos pactuado com o Governo Federal um recurso, porém, houve um desfinanciamento e agora está sendo retomado o recurso, mas ainda é insuficiente. Para atender as três escolas, a previsão é de um milhão, seiscentos e setenta e dois mil. Na realidade de Montes Claros seria esse o valor”, disse Sandra Silva, representante da secretaria de desenvolvimento social.

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