A deputada federal Raquel Muniz, junto com outros parlamentares, se reuniu com governador de São Paulo, Geraldo Alkimim, na última terça-feira (26), no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo.  Na pauta, a busca por mais informações sobre o andamento das pesquisas da fosfoetanolamina, mais conhecida como pílula do câncer.

O medicamento está sendo produzido pelo Instituto de Química de São Carlos (USP) e a composição foi obtida através de estudos do professor Gilberto Orivaldo Chierice, ainda na década de 90. A pesquisa que vem sendo realizada há 20 anos conta com dissertações de mestrado apontando resultados positivos na contenção e redução de tumores, através da utilização da droga em animais.

Atualmente, mais de 800 pessoas se tratam com o remédio tendo resultados positivos. Mas, em função da falta de estudos mais aprofundados que possam comprovar a eficácia do medicamento, a fosfoetanolamina ainda não foi liberada pela Agência Nacional de Saúde (Anvisa).

Muitos cidadãos têm conseguido na Justiça a liberação do medicamento e, diante da crescente demanda e da judicialização da questão, o laboratório do Instituto de Química da USP já não consegue produzir na escala necessária.

Assim, parlamentares da Comissão de Seguridade Social decidiram criar um grupo que tem como principal objetivo garantir que sejam realizados os testes necessários para que se tenha certeza dos efeitos da droga no organismo humano.

O governo de São Paulo e o Ministério da Saúde estão investindo em estudos. O governo de São Paulo, por exemplo, já criou grupos de estudo sobre a fosfoetanolamina que aguardam a definição de um laboratório, por parte do Ministério da Saúde para iniciar os trabalhos.

- Esta é uma questão extremamente delicada por lidar com a vida humana, e mais, com a esperança da humanidade de que se tenha um medicamento que seja capaz de combater ou mesmo estagnar o câncer. Várias pessoas já estão utilizando o medicamento, mas é preciso conhecer mais da fosfoetanolamina. O Congresso é sensível à questão, por isso criamos o grupo. É preciso dar uma resposta à população e, se existe alguma possibilidade de que o medicamento seja eficaz no combate ao câncer, não podemos ignorar - afirma Raquel Muniz.

Mas a deputada faz questão de salientar que, como médica, não pode deixar de se preocupar com os riscos na distribuição de medicamentos sem os devidos estudos clínicos.

- Quando tratamos de produtos químicos, todo cuidado é pouco. Mas não podemos desconsiderar a urgência das pessoas que estão com câncer e a esperança de quem tem um ente querido acometido pela doença - reforçou Muniz.

A deputada aproveitou o encontro para convidar o governador de São Paulo, Geraldo Alkmim, e também o vice-governador, que atualmente está à frente da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, Márcio França, para visitar Montes Claros e falar aos gestores municipais do Norte de Minas sobre o desafio de atrair investimentos para cidades do interior.

- O governador Geraldo Alkmim já administrou uma cidade interiorana, já que começou sua carreira em Pindamonhangaba, onde foi prefeito. Ele conhece de perto esses desafios e pode ajudar nossos gestores a encontrar caminhos que tragam o desenvolvimento para o Norte de Minas de forma igualitária.

A ideia, segundo a deputada, é realizar em Montes Claros um grande seminário sobre as questões inerentes ao desenvolvimento regional, com a presença do governador e do vice-governador de São Paulo Márcio França.