Almerindo Camilo
Colaboração para O NORTE
Um almoço na última quinta-feira num requintado restaurante em Belo Horizonte deu a largada nas negociações entre o Partido da República e o Partido dos Trabalhadores com vistas às eleições estaduais deste ano. Clésio Andrade, ex-vice-governador de Aécio Neves no primeiro mandato, presidente do PR, reuniu-se com o deputado federal Reginaldo Lopes, recentemente reeleito presidente do PT mineiro.
(CRISTIANO TRAD)
Clésio Andrade (PR) confirma disputa pelo Senado e busca
apoio do PT durante almoço com o presidente Reginaldo Lopes.
No encontro Andrade confirmou que é candidato a uma vaga no Senado e não escondeu o desejo de ter o apoio dos petistas na corrida eleitoral. Para Reginaldo Lopes, é “uma grande vitória” a aproximação entre os dois partidos. Clésio lembrou que os partidos já atuam unidos no plano nacional. “Nos próximos dias, o PR vai anunciar seu apoio incondicional à candidatura da ministra Dilma Rousseff para a sucessão do presidente Lula”, explicou o ex-vice-governador.
Clésio Andrade deixou claro no entanto que o diálogo está aberto também para outras legendas, lembrando que como presidente do PR tem reuniões marcadas com presidentes de outras legendas. O próximo a ser contatado pelo reputado é o deputado federal Toninho Andrade, presidente estadual do PMDB. Também estão pré-agendadas reuniões de negociação política com o deputado federal Narcio Rodrigues, presidente do PSDB mineiro, e com o deputado estadual Wander Borges, presidente do diretório estadual do PSB.
O presidente do PR destacou que a decisão do governador Aécio Neves (PSDB) de não disputar a indicação do partido para a sucessão do presidente Lula, deixou a legenda desobrigada de um acordo prévio com os tucanos mineiros. “Estamos tomando a frente para tentar articulações com outros partidos, com objetivo de traçar as possibilidades de coligação para composição das chapas. Em Minas, com ou sem o governador na disputa, existem ainda muitos cenários em aberto e, claro, podemos encontrar ainda muitos lances imprevistos”.
Pré-candidato a senador, Clésio Andrade disse que as conversas com o PT podem evoluir para que seu nome configure numa chapa em que também esteja o Partido dos Trabalhadores. Ele explicou que a proposta nasceu de um acordo interno no PR. “Foram os deputados do partido que lançaram meu nome”. Para o presidente do PT mineiro, este primeiro encontro de negociação com Clésio Andrade significa, antes de tudo, “uma grande vitória”.
“Tudo levava a crer que o PR de Clésio Andrade seria um apoio importante para a candidatura do vice-governador Anastasia. Mas a decisão anunciada por Aécio, de não concorrer a uma indicação do PSDB para a disputa pela Presidência da República, mudou todo o cenário em Minas Gerais”, avaliou Reginaldo Lopes.
O fato de Clésio ter colocado seu nome como possível candidato ao Senado, segundo Lopes, é uma possibilidade que será considerada na construção das alianças, mas que antes precisa ser aprovada pelas executivas nacionais dos partidos”, destacou. Na avaliação de Lopes, como o PR faz parte da base aliada do Governo Lula, “nada mais coerente do que uma aproximação com o PT em Minas”.
A posição do presidente do PT mineiro acompanha a linha definida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva que determinou que as alianças nos estados sejam formadas entre partidos da base do governo federal.