Samuel Nunes
Repórter
Dentre os vários projetos do ex-deputado Ruy Muniz, um destaque é o que se institua o dia 19 de outubro como o Dia de Combate ao Crack em todo o estado de Minas. Com a lei aprovada, o poder público promoverá eventos para o combate a esse mal com palestras de conscientização nas escolas e em locais públicos, com a participação da sociedade e do Conselho Estadual Antidrogas.
Arquivo/Xu Medeiros
Projeto de lei do vereador Frank é similar ao de Ruy Muniz
Ruy Muniz justificou a questão informando que é notória a evolução do consumo e do comércio de drogas e entorpecentes em nosso país, e entre estas, uma substância de se destaca pelo seu poder de destruição e pelo aumento do consumo nos últimos anos, o crack.
Em Montes Claros, o vereador Frank Cabeleireiro (PMDB), seguindo a mesma linha, elaborou projeto de lei que institui o dia 11 de outubro como o dia de combate às drogas, especialmente ao crack. Pelo projeto, este se tornando lei, constará no calendário oficial do município.
Conforme o parlamentar, o problema da droga, no município é na sua concepção um desafio da saúde pública, por isto sua iniciativa em propor este projeto.
- O problema das drogas é refletido em todos os segmentos da sociedade por sua relação comprovada com os agravos sociais, como por exemplo, acidentes de trânsito e de trabalho, violência doméstica, e o constante aumento da criminalidade - enumera.
Frank lembra que são vários os motivos que podem levar uma pessoa para o mundo das drogas que pode ser desde a aceitação por determinado grupo, familiar ou ainda algum desfio emocional.
APOIO
O vereador reconheceu a relevância do projeto de Ruy Muniz e entende também que lei de sua autoria na Câmara Municipal pode contribuir no sentido de que o município possa trabalhar também no combate às drogas. O peemedebista espera contar com apoio dos seus colegas vereadores para que este projeto seja votado em regime de urgência tornando-o lei municipal.
- Os problemas provocados pelas drogas são inúmeros, afeta sobremaneira a saúde de uma pessoa podendo-o levar até mesmo a óbito. O crack está matando nossos jovens e mesmo pessoas mais velhas. Este projeto não é a solução definitiva do problema, entretanto, é uma forma de chamar as autoridades constituídas e a própria sociedade a uma reflexão sobre o tema tão recorrente nos dias atuais - observa.
Os riscos do consumo do Crack |
Na série de reportagem realizada pelo O Norte no mês de dezembro do ano passado, que trouxe relatos de dependentes químicos e, sobretudo aqueles que conseguiram ser reintegrados à sociedade, um dado preocupante, é que Montes Claros já registra mais de 30 mil usuários de crack. Ainda sobre o crack, Cláudio Prates, agente da Polícia Federal no município, revelou que 80% a 90% da violência na cidade estão relacionados ao uso de algum tipo de droga. O agente lembra que as mortes de adolescentes e jovens, segundo estatística da Policia Civil, também estão relacionados intimamente ao tráfico, sobretudo do crack. Cláudio Prates observou ainda que a Polícia Militar aponta que os homicídios estão diretamente ligados à guerra do tráfico, seja por dívida ou pelo controle pela boca de fumo. Conforme ele os índices apontam, de cada 10 viciados que passam por comunidade terapêutica, 8% recaem no vício. Quando ao uso do crack, ele salienta que de cada 10, 10 voltam para o vício. O crack é uma droga altamente letal e a maioria dos usuários vai a óbito muito rapidamente. A droga tem uma composição considerada o lixo da cocaína, uma vez que enquanto a cocaína tem 70% de pureza, o crack tem 30% a 40% e chega com 10 segundos ao cérebro. Após 10 minutos passa o efeito e o usuário quer consumir novamente. A Confederação Nacional de Municípios fez um levantamento inédito e traçou uma radiografia da realidade desta droga no Brasil. A pesquisa aponta que a droga já chegou a 98% dos municípios – quase quatro mil foram consultados. |