(Márcia Vieira)
Cerca de 17,8 mil produtores rurais do Norte de Minas que aderiram ao financiamento oferecido pelo Banco do Nordeste (BNB) têm até o fim do ano para liquidar ou parcelar as dívidas com a União. A medida, sancionada pelo presidente Michel Temer no último dia 9, dá oportunidade para aqueles que não conseguiram a renegociação no ano passado.
O superintende do BNB para Minas Gerais e Espírito Santo, João Nílton de Castro, considera que embora algumas resoluções não tenham sido aprovadas, a medida chega em boa hora. “É um benefício importante que deve ser aproveitado, tendo em vista que o prazo para atender a grande quantidade de produtores era pequeno. Muitos já esperavam pela oportunidade. Não houve ainda a corrida ao banco, mas as pessoas estão se comunicando conosco mostrando interesse em retomar a negociação”, disse.
João Nílton destaca que, no ano de 2017, na área de abrangência da instituição, havia 42 mil operações na faixa de renegociação da Lei anterior, de N° 13.340/2016. Destas, o BNB efetuou 20.800 operações até 29 de dezembro do ano passado. “Fizemos praticamente 50% das operações. É um número tão significativo que somos a terceira agência do Banco do Nordeste que mais fez a renegociação”, diz.
O superintendente acrescentou que o produtor que aderir à renegociação não fica impedido de contrair novo financiamento. “Neste período, eles têm o direito de fazer novo empréstimo e fazer nova operação para financiar a safra e recuperar as suas fazendas”, complementa.
LUTA PARLAMENTAR
A deputada Raquel Muniz, membro da Frente Parlamentar de Agricultura, esteve em Brasília para pleitear, junto com a bancada ruralista, mais atenção ao homem do campo. “Mesmo de férias, estivemos presentes para lembrar ao governo que é necessária uma ação em relação ao prazo. Foi uma luta enorme, a fazenda estava irredutível, mas conseguimos que a dívida possa ser renegociada até o final de 2018”, explica a deputada.
Raquel Muniz entende que o decreto não abarcou a necessidade do produtor na íntegra ao deixar de fora o período de 2012 a 2016, considerado o mais crítico da seca para os agricultores. Entretanto, a deputada pondera que houve avanço.
“Não houve uma satisfação total, mas vem aí outras votações e com a deputada Tereza Cristina, que vai presidir a Frente Parlamentar da Agricultura, da qual sou membro, e o deputado Júlio César, que já veio à nossa região e tem defendido condições iguais para o Norte e o Nordeste brasileiro. Vamos fazer força junto ao governo para exigir aquilo que ainda não veio”, finalizou.