Eleitores que sabem que estarão fora de seu domicílio eleitoral no dia da votação já podem solicitar o voto em trânsito. Modalidade é permitida nas capitais e nos municípios com mais de 100 mil votantes.
Para garantir o direito de ir às urnas – e não apenas justificar a ausência –, é preciso comparecer a um Cartório Eleitoral munido de documento oficial com foto até 18 de agosto.
Se a cidade escolhida pelo eleitor para o voto em trânsito for no mesmo Estado onde ele mora, será possível votar para todos os cargos em disputa neste ano – deputado federal, deputado estadual, senador, governador e presidente. Quem estiver em outro Estado, porém, só poderá votar para presidente.
É o caso de Sara Freitas, que nasceu em Belo Horizonte, mas viveu no Rio de Janeiro a maior parte da vida. Ela voltou para a capital mineira para acompanhar a mãe, que continua vivendo na cidade.
“Acredito que é importante a gente participar e manifestar nossa opinião para tentar melhorar as coisas”, diz.
O cadastro pode ser feito apenas para o primeiro turno, que acontece em 2 de outubro, para o segundo (em 30 de outubro) ou para ambos.
ABSTENÇÕES
O número de pessoas que não votam por estarem fora do domicílio eleitoral engrossa a fileira das abstenções no Brasil, que normalmente fica em torno de 20%, afirma o cientista político e professor do Ibmec Adriano Cerqueira.
“Somados aos votos brancos e nulos, os ‘não votos’, ou seja, os eleitores que não votam em ninguém, somam aproximadamente 30% do eleitorado e influenciam os resultados”.
O professor destaca que, para ser eleito em um cargo majoritário no Brasil, é necessário metade dos votos mais um, porém, em razão das abstenções, os políticos no país costumam fazer as contas considerando aproximadamente um terço dos eleitores.
“Se um candidato alcança 35% dos votos, ele estaria garantido em um segundo turno presidencial, por exemplo. E já houve casos, como o de Fernando Henrique Cardoso, que venceu eleições ainda no primeiro turno, na década de 1990, com votações em torno de 35% dos eleitores aptos”, lembra o especialista.