O Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, localizado nos municípios de Januária, Itacarambi e São João das Missões, foi tema de audiência pública promovida pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais, realizada na cidade de Januária. Com extensão de 56,4 mil hectares, o Parque é considerado o maior atrativo turístico da região, e tido pelos espeleólogos como uma das maiores riquezas do país.
Administrado pelo Instituto Chico Mendes (ICMBio), o Peruaçu busca o reconhecimento como Patrimônio Histórico da Humanidade desde 1998. Leonardo Giunco, ambientalista e coordenador da campanha pela certificação do parque é paulista e se estabeleceu há dez anos na região, atraído pelas belezas do Peruaçu. Ele entende que para o reconhecimento é necessário, além de cumprir os requisitos, a mediação política em âmbito federal. “A deputada Raquel Muniz tem sido fundamental e está fazendo toda a articulação em Brasília para tratar deste assunto que é de interesse regional”, diz.
Já na parte estrutural, Leonardo afirma que é necessário que o candidato cumpra apenas um dos dez critérios rígidos exigidos e que o Peruaçu sai na frente com quatro dos requisitos. Além disso, pode se candidatar ao selo misto: o natural, que não recebeu intervenção humana, e o cultural, que sofreu a ação do homem. “Nossa chance de reconhecimento é de 100%. É uma beleza cênica de valor extraordinário”, diz.
A deputada Raquel Muniz é membro da Comissão de Meio Ambiente da Câmara Federal e luta pela inclusão do Peruaçu. A partir do seu convite, viabilizou a presença de representante da União no evento em Januária. “Estivemos com o ministro, que se mostrou muito acessível e sensível à causa”, disse Raquel.
Para a deputada, o parque já é considerado um patrimônio da região e o reconhecimento internacional vai fomentar o turismo e trazer benefícios: “O Peruaçu faz parte da nossa história cultural e com tanta riqueza não pode ficar de fora. Se cumprimos os requisitos, por que não certificar? No nosso mandato tudo tem começo, meio e fim. Traduzimos os votos em trabalho efetivo de forma coordenada em vários ministérios. É nosso desejo que o parque seja credenciado o mais rápido possível”, pontuou.
Riqueza regional acessível
De acordo com dados do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade, que faz a gestão do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, a visitação no local tem sido crescente. No ano passado, foram cerca de 4 mil visitantes, a maioria da região que “hospeda” o parque: Januária, Itacarambi e São João das Missões. Outras cidades brasileiras que figuram como campeãs de visitação são: Brasília, São Paulo e Belo Horizonte. Rafael Pereira Pinto, analista ambiental do Instituto, prevê que o número de visitantes este ano chegue a 6 mil, já que entre os meses de janeiro e maio, 2 mil pessoas visitaram o Peruaçu. Mas para ele, a certificação do Parque como “Patrimônio da Humanidade” pela UNESCO, é o que vai mexer realmente com a economia: “O selo dará visibilidade e projeção internacional. O número de turistas vai crescer e beneficiar a todos os setores da região”, diz Rafael.
O parque ficou fechado a visitação até que fossem feitas as adequações necessárias de proteção ao patrimônio. Em 2014, foi reaberto ao público. Trilhas e passarelas foram colocadas para garantir a comodidade dos visitantes e a proteção das riquezas naturais do local.
O Peruaçu possui oito atrativos entre grutas e sítios arqueológicos. Um dos mais visitados é a “gruta do janelão”, com 170m de altura. A entrada é franca, porém, o guia é obrigatório para manter a segurança do visitante. Uma lista com 42 pessoas credenciadas fica disponível no local. O valor do guia para um grupo de oito pessoas fica entre 120 e 150 reais. “Para a visitação completa são necessários ao menos três dias e cada atrativo tem um limite de visitantes diário, de acordo com o que cada local suporta, por isso indicamos a visita agendada. Mas o espetáculo vale a pena”, recomenda, Rafael.