Parentes de vítimas de maníaco denunciam falhas nas investigações

Jornal O Norte
Publicado em 26/02/2010 às 10:42.Atualizado em 15/11/2021 às 06:21.

A necessidade de estrutura e de pessoal suficientes para garantir a agilidade e a qualidade das investigações dos crimes contra a mulher foi defendida em audiência pública da comissão de segurança pública da assembleia legislativa de Minas Gerais, nesta terça-feira. Na reunião, solicitada pelo deputado Ruy Muniz (DEM), familiares de mulheres assassinadas na Região Metropolitana de Belo Horizonte por um suposto maníaco sexual se queixaram da precariedade do atendimento feito pelo 190, da demora das investigações e de falhas nas perícias. O autor do requerimento defendeu o aparelhamento das polícias para que as leis possam ser cumpridas.



- É preciso que a lei saia do papel e vire proteção - afirmou.



Os parentes das vítimas acreditam que as jovens poderiam ter sido salvas se a polícia tivesse agido logo que o número de emergência da polícia foi acionado. No entanto, os familiares afirmaram que foram orientados a aguardar 24 horas para registrarem a denúncia de desaparecimento. Maria da Glória Cordeiro de Oliveira, mãe de Edna, morta em novembro do ano passado, contou que fez o primeiro contato com o 190 às 21h, pedindo que a placa do carro da filha fosse divulgada às viaturas policiais. O pedido não foi atendido e o carro de Edna foi multado na Via Expressa por excesso de velocidade à 1h40, reforçando a ideia de Maria da Glória de que o sofrimento da família poderia ter sido minimizado.



null


Ruy Muniz: - É preciso que a lei saia do papel e vire proteção.



- Para a polícia, 24 horas pode ser pouco, mas para as famílias é muito - comparou Edilene Maria de Paiva, tia de outra vítima, Natália Cristina de Almeida Paiva.



Edilene acredita que o caso da sobrinha poderia ter sido solucionado no dia 29 de outubro e evitado a morte de Edna Cordeiro de Oliveira no mês seguinte. Segundo ela relatou, a família ligava todos os dias para o IML - Instituto médico legal procurando pela jovem e não foi informada da chegada do corpo de Natália, que foi registrado como sexo indeterminado. A vítima foi enterrada como indigente em Ribeirão das Neves e, três meses depois, a família foi chamada para fazer o reconhecimento das roupas encontradas pela polícia, por meio de fotos tiradas no IML. A exumação do corpo sepultado em Neves confirmou a morte de Natália.



- O acesso das famílias ao IML só pode ser feito por telefone e não fomos informados de que havia um corpo de mulher lá - denunciou Naiara de Almeida Paiva, irmã de Natália.



- Nosso sofrimento poderia ter sido menor - disse.



A falta de integração dos órgãos de investigação também foi denunciada pelo irmão de Edna, Éder Cordeiro de Oliveira. Segundo ele, a polícia de Belo Horizonte já estava investigando o maníaco e a polícia de Contagem não sabia. Muito indignada, Cleuza Luiza de Matos, mãe de Laila, morta em 1999, falou da semelhança dos crimes que estão ocorrendo no Bairro Industrial, em Contagem, com os que ocorreram naquela época.



- Precisamos de leis mais rígidas - afirmou, lembrando que o suspeito do assassinato de sua filha foi inocentado nos tribunais.



- As leis beneficiam os bandidos - disse.



Lembrando que já está preso em Belo Horizonte (MG) um suspeito de ser o maníaco que matou e estuprou ao menos três mulheres no Bairro Industrial, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, em 2009. O homem foi localizado com dois telefones celulares que seriam das vítimas.



O suspeito foi levado para o departamento de investigação da polícia civil, no Bairro Lagoinha, na capital. A polícia civil organizou uma força-tarefa com diversos escrivães para ouvir todas as pessoas envolvidas no caso, inclusive os parentes das mulheres assassinadas. (Fonte: A.I. deputado Ruy Muniz)



Acompanhe outras manchetes sobre o trabalho do deputado estadual Ruy Muniz acessando www.ruymuniz.com.br.

Compartilhar
Logotipo O NorteLogotipo O Norte
E-MAIL:jornalismo@onorte.net
ENDEREÇO:Rua Justino CâmaraCentro - Montes Claros - MGCEP: 39400-010
O Norte© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por