Neumar Rodrigues
Repórter
O deputado Ruy Muniz entrou com projeto na assembleia legislativa para que se institua o Dia estadual do mototaxista, a ser comemorado anualmente no dia 24 de setembro, em todo o estado. O objetivo é reconhecer e valorizar a atividade que, a despeito de não terem ainda sua profissão regulamentada, se fazem presentes no cotidiano de quase a metade dos municípios de todo o País. Segundo o parlamentar, em menos de 10 anos, a atividade desempenhada por estes profissionais consolidou-se em todas as unidades da Federação como opção de transporte individual, especialmente “nas regiões menos assistidas pelo poder público”.
- É uma grande chance de reconhecermos a importância, na cena das cidades brasileiras, de uma nova categoria profissional, que muito ajuda a população menos favorecida economicamente em seu ir-e-vir diário. É o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – o IBGE – quem nos revela: em 2005, 47% - quase a metade - das 5.564 cidades do país já dispunham de mototáxi. E o mercado prospera cada vez mais, diz o líder do DEM.
Especialistas ressaltam que a principal característica dos mototáxis é atender a demanda por locomoção das classes mais desassistidas, que não têm acesso a outros meios de transporte e podem assim se deslocar para lugares não atendidos por ônibus, seja pela falta de pavimentação, pela violência ou porque estão fora de itinerários formais. À diferença dos ônibus, os mototáxis, por atuarem sem linhas definidas, levam os passageiros ao destino que desejam.
A indústria divulga que a frota de motos, que em 1980 era de um milhão de unidades, saltou para 8,5 milhões em 2007, superando em 23% a frota nacional de automóveis. Segundo o presidente da Fenamoto - Federação dos mototáxis e motoboys do Brasil, há hoje no país 2,8 milhões de pessoas ganhando a vida como mototáxis ou motofretes. Eles trabalham sem carteira assinada – na informalidade.
Podemos dizer ainda que homenagear o mototaxista significará também, de certo modo, reiterar o compromisso do Parlamento com os princípios ecológicos e em favor da boa qualidade da vida urbana, notadamente a dos menos abonados, pois com seu meio de trabalho, o mototaxista cumpre a função de transportar agilmente as pessoas, a baixo custo, chegando onde muitas vezes o transporte coletivo não chega, poluindo o mínimo e sem onerar o fluxo e o estacionamento de veículos nas cidades.
Além disso, é atividade que gera emprego e renda a milhares de pessoas em todo o País, sem exigir grandes requisitos prévios nem grandes investimentos, e, sobretudo, naquelas localidades menos contempladas pelas melhores oportunidades de trabalho.