O juiz federal Sérgio Moro aceitou denúncia do Ministério Público Federal contra o ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira, o “Silvinho Land Rover”, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Também se tornaram réus na nova acusação da Operação Lava Jato o empreiteiro Léo Pinheiro, da OAS (lavagem de dinheiro), o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque (corrupção passiva) e os empresários José Paulo Santos Reis e César Roberto Santos Oliveira (corrupção ativa), ambos da GDK Engenharia.
Os empresários presentearam Silvio com uma Land, em 2004, em troca de favorecimento em licitação na Petrobras. Na ocasião, o petista exercia forte influência na estatal petrolífera, inclusive indicando nomes para áreas estratégicas.
APADRINHAMENTO
Ao aceitar a denúncia, Moro afirmou que “Silvio José Pereira não é agente público, mas se os pagamentos se inserem nesse contexto, fariam parte da repartição de propinas acertadas pelas empresas fornecedoras da Petrobras com a Diretoria de Serviços da estatal”.
Segundo a denúncia, as investigações apontaram que os administradores da GDK “ofereceram e pagaram um veículo Land Rover para Silvio Pereira em troca de favorecimento da empresa na licitação do módulo 1 da Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas, localizada em Linhares, no Espírito Santo, entre 2004 e 2005”.
A denúncia destaca que o ex-secretário geral do PT gerenciava com o ex-ministro José Dirceu, então chefe da Casa Civil do governo Lula “um sistema de escolha de apadrinhados políticos da legenda para cargos de livre indicação no governo federal”.