Livro registra participação feminina na política em Minas

Jornal O Norte
Publicado em 10/03/2010 às 22:14.Atualizado em 15/11/2021 às 06:23.

Neumar Rodrigues


Repórter



A Assembleia Legislativa de Minas Gerais lança, nesta quinta-feira, 11, o livro Mulheres na política: As representantes de Minas no Poder Legislativo, com o perfil biográfico das 28 deputadas estaduais e federais e senadoras eleitas pelo estado, ao longo da história republicana, enriquecido com fotos e depoimentos. Além de homenagear as mulheres, o livro pretende contribuir para estimular a participação delas no universo majoritariamente masculino da política.



O presidente da ALMG, deputado Alberto Pinto Coelho (PP), afirma que, embora discreta em termos numéricos, a participação das mulheres no Parlamento merece destaque. "A sensibilidade e o olhar feminino sobre problemas e necessidades da sociedade nos permitem elaborar leis melhores do que aquelas que um Parlamento exclusivamente masculino poderia fazer", afirma. Na avaliação do presidente, a sub-representação feminina nas casas legislativas nos remete ao tempo em que a mulher era vista como um ser incapaz e, portanto, estava submetida à autoridade e à vontade de um homem. Para ele, os exemplos retratados no livro podem inspirar outras mulheres e despertá-las para a atuação política, "pois a consolidação da democracia depende disso".



NÚMEROS EVIDENCIAM DESIGUALDADE



A publicação traz números sobre a participação da mulher na política. Destaca que, mesmo com a instituição, pelo Congresso Nacional, em 1996, do sistema de reserva de cotas partidárias para o segmento, é notória a reduzida representação feminina. As mulheres constituem mais da metade da população brasileira, mas estão sub-representadas nos espaços de poder: elas ocupam 13,5% do total de vagas no Senado e 8,7% das cadeiras da Câmara dos Deputados. O ranking sobre a participação das mulheres nos parlamentos em 192 países do mundo situa o Brasil em 146º lugar, atrás da média dos países árabes, sabidamente restritivos em relação à participação das mulheres em instâncias de poder, informa a publicação.



O livro foi organizado pela redatora e revisora Ângela Leite e pelas historiadoras Valentina Somarriba e Fabiana Belizário, servidoras do Núcleo de Memória Política da Gerência-Geral de Projetos Institucionais (GPI). A publicação traz o perfil biográfico, com o registro da participação das ex-parlamentares em presidências de comissões e de seus projetos aprovados, entre outros dados, enriquecido com fotos e depoimentos.



Os depoimentos seguem a metodologia da história oral, que se distingue pela valorização da versão do depoente, com enfoque temático. Trata-se de documentar uma interpretação do passado, sem a pretensão de restaurá-lo "como efetivamente ocorreu", destaca a introdução do livro. Nos depoimentos, as parlamentares contam como ingressaram no universo político, os obstáculos que vivenciaram e o legado de sua atuação, além de opinarem sobre questões como o sistema de cotas, que estabelece reserva mínima de 30% de candidaturas para mulheres; o financiamento das campanhas eleitorais e sobre uma percepção ainda recorrente de que "mulher não vota em mulher".

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