Eduardo Brasil
Repórter
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O presidente da ACI - Associação comercial, industrial e de serviços de Montes Claros, Jamil Habib Curi acredita que o Norte de Minas elegerá, pelo menos, 15 parlamentares para o congresso nacional e para a assembléia legislativa nas eleições de outubro deste ano. Número que considera ideal para que a região seja devidamente representada em Brasília e em Belo Horizonte.
- Podemos eleger mais dois ou três deputados estaduais, além dos cinco que já temos na assembléia e que deverão ser reeleitos nestas eleições - disse, acrescentando que, para o congresso, guardaria a expectativa de uma bancada de sete parlamentares, com o sucesso nas urnas dos candidatos ditos da terra e de outras regiões.
- Mas com expressiva atuação no Norte de Minas - completa, eliminando deste elenco os denominados pára-quedistas, candidatos oportunistas contumazes em freqüentar a região em períodos de eleições para desaparecerem em seguida.
- O que temos de fazer não é discriminar este ou aquele candidato pelo fato de ser ou não da região. Temos de saber votar, selecionar os nossos candidatos, os probos, privilegiando os políticos locais que defendem esse perfil, sim, mas não deixando de enxergar essas mesmas virtudes em outros, ainda que não nascidos em Montes Claros ou no Norte de Minas. O importante é que eles trabalhem com seriedade, cumprindo de fato suas tarefas, e que tragam desenvolvimento.
COBRANÇA
Segundo o empresário, além de votar conscientemente, analisando o caráter dos candidatos, principalmente neste momento em que a política nacional é tomada pela sucessão de escândalos, roubando as credenciais mais nobres de muitos dos seus atores, e que se alastra país afora é preciso saber cobrar, depois, dos eleitos.
- Penso que o momento político refletirá nas urnas. O povo quer desenvolvimento e sabe que precisa eleger pessoas capazes para que isso seja possível. Mas ele deve cobrar, saber cobrar o que o candidato afirmou que faria - observa.
Para Jamil Curi, elegendo as pessoas certas, o povo abateria os vilões que atrapalhariam o avanço do desenvolvimento, começando pela burocracia que impera no cerne do Estado e pelos projetos inócuos que cercam suas ações.
- A burocracia é o monstro que impede o desenvolvimento, de todos, pessoas físicas e jurídicas, porque alimenta a corrupção. Outro obstáculo são os projetos mal elaborados. Dados oficiais apontam que a estes fatores representam pelo menos 36% do custo Brasil e temos de acabar com este monstro. Essas eleições são mais que um julgamento do político, mas um acerto de contas com os agentes do atraso.
EXPECTATIVA
O presidente da ACI também aguarda que os futuros representantes da região se empenhem em promover as medidas corretas para que o desenvolvimento não sofra os entraves atuais. Lembrando a vocação rural que ela defende, ressalta a importância de se preservar os recursos hídricos.
- A água está aí. Temos de construir barragens, explorar o benefício de forma racional. Mas temos realmente de fazer as coisas aconteceram. Veja você que na bacia do Rio Pardo, por exemplo, existem 52 projetos de barragens e nenhum concluído, impedidos que são deste processo pela burocracia que atrasa a emissão da licença ambiental.
Ele também defende a redistribuição territorial de Minas Gerais, com a criação do estado de Minas Gerais do Norte, com capital em Montes Claros, e um processo dinâmico de industrialização da região.
SUDENE
Outra ação que o presidente da ACI aponta estaria ligada à volta da Sudene – Superintendência de desenvolvimento do Nordeste. Para ele, a presença da autarquia na região se faz necessária por mais alguns anos.
- A Sudene foi de extrema importância para o estágio de desenvolvimento que alcançamos, facilitando a vinda para cá de substanciais recursos financeiros. Na verdade, para que possamos continuar crescendo, é preciso termos ao lado a Sudene, por pelo menos mais 15 anos, até que consolidemos a região como um pólo de desenvolvimento sustentável.
O empresário finalizou tecendo comentários à sugestão do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, de promover uma assembléia constituinte após as eleições voltada para a reforma política, idéia rechaçada pela oposição em Brasília.
- Eu apoio. Há muitos anos estamos esperando por essa reforma. Defendo a sugestão do presidente da República por ser uma medida necessária. O Brasil precisa dessa reforma. Disso ninguém duvida. Portanto, não podemos escolher o momento para isso. Quando ele chegar, que seja.