Vice-presidente da câmara municipal enfatiza expectativas de inovar no exercício do cargo, prega a descentralização das decisões legislativas, mais independência política dos vereadores, e prevê avanço no desenvolvimento de Montes Claros nos próximos dois anos
Eduardo Brasil
Repórter
O vereador Guila Ramos - PL, vice-presidente da câmara municipal de Montes Claros pretende inovar no exercício do cargo, que assumiu nesta semana. Começando pelo banimento da máxima de que vice é um zero a esquerda.
Guila Ramos quer atuar com mais liberdade no legislativo, eliminando do vice a pecha de peça figurativa no tabuleiro do poder: - Não quero ser um zero a esquerda (fotos: Wilson Medeiros)
Segundo ele, apesar de ser praxe dar ao vice uma posição meramente figurativa, apagada nos meandros do poder, quase sempre à margem das decisões mais importantes, a idéia é mudar esse conceito. Uma mudança que contaria com o apoio da nova mesa diretora constituída, segundo ele, exatamente com esse objetivo: o de descentralizar as ações do legislativo, dividindo atribuições, num processo que agilize ainda mais os trabalhos parlamentares.
- A forma como a mesa diretora foi construída, com o consenso de todos os vereadores, já é um sinal de que teremos mais espaço para realizar um trabalho ainda mais profícuo, rompendo limitações, centralizações que reduzem a ação dos vereadores.
Guila Ramos entende, ainda, que a presença de Cori Ribeiro – PPS na presidência da casa é outro ponto de apoio para uma política de consenso, de cunho exclusivamente social e que envolva os 15 vereadores na busca de soluções para o povo.
- Cori Ribeiro tem demonstrado qualidades para conduzir esse processo, essa abertura para que o legislativo municipal seja um só corpo, sem que os vereadores estremeçam suas relações com discussões que envolvem mais interesses pessoais que interesses coletivos.
DIÁLOGO CONSTRUTIVO
Exercendo o seu primeiro mandato como vereador, Guila Ramos, nos dois primeiros anos de atuação na câmara municipal manteve uma posição de crítico à atual administração pública, sem, no entanto, extrapolar nas suas colocações oposicionistas. Ele admite, porém, que o legislativo, nesse período, mostrou fragilidade ao permitir a ingerência do executivo em muitas das decisões do plenário, causando, em diversas oportunidades, prejuízo ao povo.
- Rejeitar projetos sociais importantes, por questões políticas causou indignação e esse procedimento foi devidamente criticado pela bancada da oposição – concorda o vereador, acrescentando que a sua expectativa é de que a ingerência sobre o parlamento municipal não ocorra mais.
- Até porque vamos manter sempre o diálogo como instrumento que impeça cisões. Precisamos de união. Penso que a câmara municipal precisa realmente ser mais independente. Não que isso signifique romper relações com outros poderes. A harmonia entre o poder legislativo e o poder executivo, aí incluído naturalmente o poder judiciário é fundamental e não devemos dificultar o diálogo construtivo dessas forças.
COMPETÊNCIA
Sobre os planos que pretende colocar em ação, através da vice-presidência da câmara municipal, Guila Ramos observa que ainda não os tem definidos, uma vez que no momento a sua preocupação maior se concentraria em conhecer os procedimentos internos da casa, as suas atribuições oficiais.
- Só depois vamos colocar nossos projetos em ação. No entanto, asseguro que todas as nossas propostas estarão voltadas para o desenvolvimento de Montes Claros nos próximos dois anos, de forma simples, mas eficiente – adianta o vereador, que acredita que até 2008 o município experimentará um avanço significativo e que garantirá ao cidadão melhor qualidade de vida.
- Nós temos a obrigação de avançar no desenvolvimento de Montes Claros nos próximos dois anos. Recuperar o tempo perdido. Temos os mecanismos necessários para isso, a partir das novas bancadas parlamentares que conseguimos no congresso nacional e na assembléia do estado. Em breve, teremos a volta da Sudene... Quer dizer, temos todas as condições para que avancemos nas propostas de melhorar a vida do povo. Se não o fizermos, estaremos sendo incompetentes de fato – conclui o vice-presidente da câmara municipal de Montes Claros.