Samuel Nunes


Repórter

O vereador Antônio Silveira (PTN) chama a atenção para a greve dos anestesistas, que já dura cerca de dois meses, e reconhece as más condições de trabalho e remuneração destes profissionais. Para o vereador, o impasse tem que ser logo sanado, antes que o caos total tome conta, no que diz respeito às cirurgias ditas de baixa complexidade. Silveira, afirma que há no município mais de 600 cirurgias de baixa complexidade marcadas há pelo menos seis meses, que podem vir a se tornar de emergência e urgência.

Silveira cita nota enviada a ele e à imprensa no início do mês de novembro, na qual os representantes da categoria, sabedores das dificuldades financeiras que os municípios, de modo geral, enfrentam, salientaram que, enquanto os recursos da União destinados à saúde em Montes Claros passaram de R$ 84.273.960,46 no ano de 2004 para R$ 151.845.753,34 no ano de 2008, a tabela de procedimentos, cujos valores são apenas referências mínimas, não sofreu qualquer melhoria digna, e o município de Montes Claros aumentou seus recursos próprios aplicados na saúde de R$ 14.742.355,67  para R$ 29.605.663,66 no mesmo período, mas que essa elevação  não refletiu na remuneração dos médicos anestesistas do SUS.

O vereador afirma que vários transtornos têm sido enfrentados pela população, principalmente por quem tem cirurgia programada. Por isso, cobra das autoridades competentes providências no sentido de ouvir os anseios dos anestesistas em suas reivindicações.

A principal alegação da categoria é de que a tabela de procedimentos do SUS está com valores profundamente defasados. Para uma curetagem uterina, por exemplo, o SUS paga R$ 20,12, para uma cesariana R$ 45,00, para uma cirurgia de garganta R$ 31,53, para uma fratura de braço R$ 28,80. Os valores estão muito aquém dos pretendidos pelos anestesistas.