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Segunda-Feira,22 de Setembro

Governador Antonio Anastasia e ex-governador Aécio Neves falam aos jornais de Moc na véspera da viagem

Jornal O Norte
Publicado em 03/08/2010 às 09:40.Atualizado em 15/11/2021 às 06:34.

O governador Antonio Anastasia, candidato à reeleição pela coligação "Somos Minas Gerais", e o ex-governador Aécio Neves visitam Montes Claros nesta terça-feira, 03, às 10h30. Eles participarão de reunião com moradores da cidade e lideranças da região, além de carreata pelas ruas de Moc. Anastasia e Aécio também farão uma parada no tradicional Café Galo, no Centro da cidade.



Antes mesmo da viagem a Moc, o governador Antonio Anastasia e o ex-governador Aécio Neves falaram, via internet, com os jornais de circulação diária em Moc: O NORTE DE MINAS, Gazeta Norte Mineira e Jornal de Notícias.



As perguntas foram formuladas pelos próprios jornais e enviadas aos candidatos no último final de semana. Cada jornal enviou duas perguntas para o governador Antonio Anastasia e uma para o ex-governador Aécio Neves.



Eis a coletiva antecipada:



MARCUS DESIMONI - NITRO


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- Quais são seus planos para a Mata Seca do Norte de Minas?



ANTONIO ANASTASIA - O futuro da Mata Seca será definido pela Assembléia Legislativa. Os parlamentares, tenho certeza, examinarão a questão com muito cuidado e responsabilidade, sem perder de vista a importância da Mata Seca para o desenvolvimento sustentável do Norte de Minas, que é o que todos nós buscamos. A despeito de toda riqueza, da grande diversidade biológica que temos ali, a Mata Seca não deve impedir o desenvolvimento econômico, a geração de emprego e renda para a população do Norte de Minas.



- Pelo fato de ser uma cidade governada pelo PMDB, existe alguma restrição, em seu governo, à administração de Montes Claros?



ANASTASIA - Tenho uma experiência de 26 anos na vida pública e, ao longo dela, vi importantes programas e ações serem interrompidos em razão da disputa partidária. A população é sempre brutalmente prejudicada quando um governo administra pensando em projetos pessoais, e não no interesse coletivo. O nosso governo nunca discriminou prefeitos nem lideranças em razão de partidos. Nossa prática sempre foi pelo princípio republicano de governar. Basta uma análise, ainda que superficial, sobre o volume de investimentos e ações desenvolvidas em municípios de todas as regiões do Estado para perceber que as prefeituras tiveram ao longo desses quase oito anos tratamento igualitário. O sinal de telefonia celular chegou aos 853 municípios indistintamente, assim como os benefícios do Pro-Hosp, programa que está melhorando a qualidade do atendimento em hospitais que atendem pelo SUS em cidades de todo o Estado. Apenas em junho desse ano assinamos convênios para obras de infraestrutura em 210 municípios do Estado, administrados por prefeitos de todos os partidos. Repassamos a esses municípios o total de R$ 110 milhões. E todos os 853 municípios de Minas podem ter acesso ao programa, desde que estejam em situação regular.



Para Montes Claros, destinamos R$ 34,64 milhões de recursos do Estado apenas para execução de obras. Ampliamos o Hemocentro Regional e reformamos escolas estaduais com a construção de mais de 30 salas de aula, construímos um presídio, reformamos a cadeia pública e, em setembro, serão concluídas as obras do Hospital Universitário Clemente de Faria. Desde 2003, a Copasa já investiu R$ 225 milhões para ampliar o sistema de abastecimento de água tratada e esgotamento sanitário na cidade. Montes Claros, e sua população, têm importância estratégica para o crescimento de todo o Norte de Minas e não podem, sob nenhum pretexto, serem discriminados. Essa é uma prática superada e inaceitável na Minas que desejamos para o futuro.


 


- Qual estratégia o senhor está usando para transferir votos para a candidatura Antonio Anastasia?



AÉCIO NEVES - A transferência de votos é relativa, tanto de um presidente bem avaliado quanto a de um governador bem avaliado. Ela vai até determinado momento. A partir daí, o que vale é o candidato e o eleitor. É uma relação de confiança que precisa ser construída. A minha confiança na vitória em Minas é porque Antonio Anastasia, além de um homem público extraordinário, com grande sensibilidade social, conhece como poucos o Estado, conhece como poucos o Norte de Minas e suas demandas.  Seria, não para o meu partido, mas para Minas inteira, uma perda enorme se ele não fosse vitorioso. Por isso, eu confio que as lideranças políticas da região e de todo o Estado que trabalharam conosco, que foram nossas parceiras de todos os partidos, até porque não houve qualquer discriminação no nosso governo e os prefeitos hoje no campo adversário podem testemunhar em relação a isso. Tratamos a todos igualmente. Esses parceiros, essas lideranças políticas serão as primeiras a afirmar a importância da nossa ação parceira e conjunta. Estarei empenhado, cada dia, daqui até a eleição, para que mais mineiros possam conhecer Antonio Anastasia e o projeto que temos a oferecer. Para que Minas continue crescendo com um governo sério, ético, de mãos limpas, com um grande governador que, tenho fé, será Antonio Anastasia.



- As pesquisas o colocam como bem avaliado com o povo e os prefeitos, mas não está refletindo nos números. Por quê?



ANASTASIA - Estamos num processo que está avançando. As pesquisas mostram que a grande maioria dos eleitores começará agora a se informar sobre a disputa eleitoral, e o horário de rádio e TV cumprirá esse papel de apresentar os candidatos à população e, sobretudo, mostrando a qualidade das propostas que temos. Vivemos em Minas oito anos de desenvolvimento e de importantes conquistas. O governador Aécio Neves passou por dois mandatos consecutivos como o mais bem avaliado do País. Minas é hoje um Estado organizado, sólido. Temos a melhor educação pública do Brasil, anteciparemos em três anos a meta nacional de erradicação da pobreza, realizamos o mais amplo viário do País, com o Pró-Acesso, equilibramos as contas públicas. Nesses oito anos, R$ 240 bilhões de novos investimentos foram anunciados em Minas. Neste mesmo período, foram gerados mais de um milhão de novos empregos com carteira assinada. Nosso Estado mudou profundamente, e para melhor, nesses anos em que tive a sorte e a honra de trabalhar ao lado do governador Aécio. Não podemos retroceder e por em risco o trabalho desses anos todos. Sou candidato a governador porque tenho um compromisso com o futuro de Minas, com as pessoas que aqui vivem.  Temos grandes desafios ainda por vencer, precisamos reduzir as graves diferenças que separam as regiões mineiras. Precisamos criar condições e oportunidades para os mais jovens, para os pais e mães de famílias. Precisamos avançar ainda mais na educação, na saúde, nas políticas de desenvolvimento. Estou há 26 anos na vida pública e tenho agora ao meu lado dois líderes da estatura de Aécio Neves e Itamar Franco. Os mineiros, tenho fé, nos apoiarão nessas eleições. Apoiarão esse projeto magnífico que temos para nosso Estado.   


 


- Caso tenha segundo turno, qual estratégia será usada pela campanha?



ANASTASIA - A minha convicção, e para isso eu e o ex-governador Aécio Neves estamos trabalhando firmes, é de que vamos vencer as eleições já no primeiro turno. Nesses dois meses vamos correr Minas apresentando nossas propostas e ouvindo a sociedade. Vamos  mostrar aos eleitores que o que está em jogo não é apenas um mandato, e sim o futuro de 20 milhões de pessoas que aqui vivem. O ex-governador Aécio Neves sempre diz que a política deve ser exercida de forma solidária, com generosidade. E é nisto que acredito porque ninguém governa sozinho e nenhum interesse político pode sobrepor os interesses das pessoas, da coletividade e de um Estado. Nessa eleição, vimos aqui uma dura intervenção da disputa no plano federal no processo de definição do nosso adversário, criando uma situação muito estranha a Minas. Entre tantos e importantes méritos, o governo Aécio Neves restabeleceu a Minas, e aos mineiros, o lugar de destaque frente ao Brasil. Minas nunca faltou ao País. Nosso povo foi responsável, ao longo da história, por momentos decisivos da vida nacional. Acredito que nenhum mineiro deseja ver nosso Estado submisso a interesses externos. É por isso, e pela grande aprovação que o governo de Minas tem hoje junto aos mineiros, que eu, o ex-governador Aécio Neves e o presidente Itamar Franco temos muita confiança na vitória em 3 de outubro.



- O senhor disse que Serra terá dois milhões de votos à frente de Dilma em Minas. O que lhe dá tanta certeza?



AÉCIO  - Estamos entrando numa fase muito importante de uma campanha polarizada entre dois candidatos, e, acredito que, quando se der o embate entre eles de forma clara, no rádio e na TV, os brasileiros terão a oportunidade de ver as qualidades do ex-governador José Serra, um homem que tem dedicado toda sua vida a trabalhar pelo País. Serra é um homem com uma história muito bonita, de uma família muito simples. Seus pais eram vendedores de frutas no Mercado Municipal. Ele é um líder com importantes virtudes. Sua trajetória como deputado, senador, prefeito, ministro da Saúde dá a exata dimensão do que governo Serra representará para os brasileiros. E sempre importante que se diga: os avanços no País não começaram em 2003. Seria um equívoco pensarmos que o Brasil foi inventado a partir do governo do PT. O País que vivemos hoje é resultado do trabalho e da dedicação de muitos homens. Daqueles que lutaram pela redemocratização, pelo Plano Real que pôs fim a uma era de inflação e de estagnação econômica. Pelos governos do PSDB que estabeleceram os principais marcos da política econômica, política essa que foi integralmente mantida pelo presidente Lula. Tivemos a Lei de Responsabilidade Fiscal, fundamental para a organização dos estados brasileiros e sem qual não teríamos estabelecido os princípios da boa gestão dos recursos públicos. Tenho grande confiança na maturidade e no senso de responsabilidade da sociedade brasileira.


 


- As pesquisas de opinião pública estimuladas apontam uma ampla vantagem para o candidato do PMDB, embora mostre ainda um grande nùmero de pessoas sem candidato. Qual a estratégia que o senhor pretende adotar para tentar reverter este quadro? Sabemos que o senhor está bem na Região Metropolitana e no Norte/Vale do Jequitinhonha. E no Sul de Minas?



ANASTASIA - Tenho dito sempre que há um processo gradativo de conhecimento do nosso nome, meu nome e do nosso candidato a vice, o deputado Alberto Pinto Coelho. A cada dia nossas propostas para fazer o Estado avançar e a identificação dessas propostas com o atual governo são apresentadas a mais mineiros. Aqui no Norte de Minas e nos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, como você disse, estamos em vantagem e isso se deve ao reconhecimento das pessoas às ações e programas que implantamos nessas regiões, principalmente em áreas prioritárias como saúde, educação, segurança pública e infraestrutura.  Apenas para exemplificar o que estou dizendo, podemos citar o Proacesso, um programa que está ligando por asfalto 219 municípios que ainda hoje, no século 21, dependem de estrada de terra. Do total de cidades contempladas, 60% estão nessas regiões, perfazendo 128 trechos asfaltados, beneficiando milhares de pessoas diretamente. Ainda na área de infraestrutura, levamos água tratada com tarifas reduzidas para 134 mil pessoas que nunca tiveram esse conforto em casa. Isso foi possível porque tomamos a ousada decisão de criar a Copanor, subsidiária da Copasa, para atender especificamente as famílias que vivem nessa região. Minas é hoje o Estado brasileiro com maior numero de equipes do PSF, com cobertura de 71,4% da população, são 14 milhões de mineiros atendidos. Veja que reduzimos 22,4% a taxa de mortalidade infantil. Na educação, fomos o primeiro estado no Brasil a receber nas escolas as crianças aos 6 anos de idade e isso mudou a vida delas; o Poupança Jovem já atende alunos no Norte e nos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. São estudantes que terão condições de dar continuidade aos estudos ou mesmo abrir o próprio negócio. Estamos qualificando 14 mil alunos para o mercado de trabalho nessas regiões. Vamos ampliar esse programa, o PEP, para 400 mil alunos nos próximos quatro anos. Então vou responder a você o que tenho dito em toda Minas: o meu compromisso, assim como o do ex-governador Aécio Neves e do presidente Itamar Franco, não é com o projeto político de um grupo, mas sim com o futuro de Minas. Temos viajado por todo Estado renovando com os mineiros os mesmos compromissos que fizemos lá trás: o de trabalhar firmemente pela transformação de Minas num estado melhor para se viver. Durante sete anos, os mineiros deram aprovação quase unânime ao governador Aécio Neves. E é exatamente este o desafio que tenho pela frente. Reeleito pelos mineiros, dar continuidade às ações e às políticas sociais que têm mudado a vida em nosso Estado. Estou muito confiante, vamos subir nas pesquisas e vamos ganhar as eleições. 


 


- Mesmo com este quadro adverso, o senhor acha possível vencer no primeiro turno?



ANASTASIA - As pesquisas estimuladas, aquelas feitas com apresentação de um cartão com os nomes dos candidatos, não mostram nesse momento da campanha uma verdadeira intenção de voto. Muitos eleitores ainda não conhecem a minha candidatura. A partir do início da propaganda de rádio e TV, o conjunto da população terá a mesma oportunidade de conhecer os candidatos, as propostas de cada um e os aliados de cada um. A política não é feita por um governante sozinho. Minha candidatura representa um projeto para Minas, um projeto construído por homens públicos honrados, de mãos limpas, as mãos do ex-governador Aécio Neves, do presidente Itamar Franco, e de centenas de homens e mulheres que acreditam em nosso projeto. As pesquisas espontâneas, essas sim importantes nesse momento porque demonstram a intenção de voto do eleitor, indicam que minha candidatura cresce de forma consistente junto aos eleitores. Pesquisas do Ibope e Datafolha divulgadas esses dias mostram que a grande maioria dos mineiros já aprova a administração Antonio Anastasia apenas quatro meses após ter assumido. Como dizia Guimarães Rosa, Minas são muitas e vamos procurar levar nossas propostas de futuro a todas elas.


 


- A sucessão mineira significa queda de braço entre o senhor e o presidente da República para saber quem tem mais prestígio popular em Minas?



AÉCIO - Não vejo como uma queda de braço até porque gosto de pensar a política com generosidade. Sempre digo que acredito na construção de pontes, na conciliação de idéias e no trabalho entre parceiros. Ao longo desses dois mandatos em que tive a enorme honra de governar Minas nunca recusei esse ou aquele projeto em razão de siglas partidárias, ou discriminei qualquer município por ser administrado por um prefeito de partido adversário. A política dos meus contra os seus é passado em Minas, e espero um passado sepultado. Sou amigo do presidente Lula e reconheço nele muitas virtudes. Seu governo tem importantes êxitos e todos sabemos reconhecer. Assim como temos que reconhecer que o Brasil de hoje não começou com o governo do PT. A redemocratização, a estabilização da economia com o Plano Real, construído pelo presidente Itamar Franco e depois implementado por Fernando Henrique; a Lei de Responsabilidade Fiscal, a construção dos postulados macroeconômicos que até hoje regem a economia brasileira como meta de inflação, câmbio flutuante, superávit primário, o início dos programas de transferência de renda. Tudo isso foi trabalho de muitos homens que antecederam o presidente Lula.  Trata-se agora de avaliarmos quem é aquele que tem as melhores condições de fazer o Brasil avançar ainda mais no plano nacional e eu, pessoalmente, creio que José Serra reúne melhores condições que a ex-ministra Dilma. No plano regional, o que existe é um projeto de governo extremamente exitoso, reconhecido por todo o Brasil, pelo próprio presidente Lula e por prefeitos e governadores do próprio PT. Minas é hoje uma referência de gestão pública no país e os nossos indicadores sociais avançaram muito. O Norte de Minas conhece a importância do Proacesso e conhece os investimentos que foram feitos em educação, saúde, infraestrutura. Está ai o Poupança Jovem, está aí o projeto Travessia, e, pela primeira vez na história de Minas, investiu-se mais no Norte e nos Vales do Jequitinhonha e do Mucuri do que nas outras regiões do Estado. Essa eleição não é uma disputa entre Aécio e Lula. É a disputa entre um projeto de governo que tem mudado a realidade dos mineiros, sobretudo dos mais pobres, e que se identifica com os problemas e os interesses da população de Minas e que agora é representado pelo governador Antonio Anastasia; e o campo adversário que na própria construção da chapa ficou evidente estar subordinado à disputa que deveria ficar no plano federal.

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