Eduardo Brasil
Repórter
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A vereadora Fátima Pereira - PTB (foto: arquivo), vice-presidente da câmara municipal de Montes Claros continua convencida de que o prefeito Athos Avelino - PPS engana os montes-clarenses.
Segundo ela, o chefe do executivo contraria abertamente as promessas que fez durante a campanha eleitoral de 2004 - de que, uma vez vencedor nas urnas trataria de promover uma administração pública singular, pautada na honestidade, na transparência e na plena democracia. Para ela, a cada dia que passa o executivo demonstra exatamente o contrário do que pregou enfaticamente nos palanques, prejudicando o povo ao manter aversão ao diálogo com o parlamento por questões politiqueiras, discriminando sua minoria e atuando de forma ditatorial através da força numérica que o defende no plenário do legislativo.
- Prova disso é o cerceamento crescente que nós estamos sofrendo por parte da bancada situacionista, atenta e conivente aos interesses do prefeito, independentemente do que possam significar para a população de nossa cidade. É uma bancada que nos impede politiqueiramente de fazer tramitar projetos importantes no aspecto social, chegando ao absurdo de até nos impedir de usar a tribuna da câmara para nossos pronunciamentos - disse, aludindo à estratégia dos situacionistas que a impediram - a ela e aos vereadores Ruy Muniz - PFL, Guila Ramos - PL e Athos Mameluque - PMDB de discursarem na reunião de terça-feira 27, quando deixaram estrategicamente o plenário. Sem quorum, o presidente da casa, Ildeu Maia - PP encerrou a reunião às 09h30.
- Quando chegou minha hora de falar, somente sete vereadores permaneciam no plenário. Os outros deixaram o local sorrateiramente.
MEDO DE COBRANÇAS
De acordo com Fátima Pereira, a debandada dos colegas parlamentares teria atendido a uma ordem expressa do prefeito Athos Avelino, no sentido de evitar que ela usasse a tribuna para denunciar o descumprimento de normas municipais e federais pela atual administração.
- Ele sabia que eu cobraria - como tenho feito desde o início do ano, o reajuste salarial dos servidores públicos municipais, cuja data-base venceu em março. É que a prefeitura tem somente até amanhã (dia 30) para enviar projeto nesse sentido à câmara municipal e até agora não o fez. E nem deve fazê-lo. Desta forma, o assunto referente ao aumento salarial dos funcionários da prefeitura só será retomado depois das eleições.
Fátima Pereira também acrescenta que cobraria do prefeito, durante seu pronunciamento, a reclassificação dos professores que passaram no concurso público, uma vez que a ação judicial que havia suspendido seu resultado deixou de existir por força de um acordo.
- Se o prefeito não homologar seus nomes, também até amanhã, essa medida só será possível após o período eleitoral. Ou seja, com as suas estratégicas o prefeito deixará de reajustar os vencimentos dos servidores municipais e de homologar os nomes dos vencedores do concurso da secretaria de Educação. Tudo que ele queria.
LDO
Ainda segundo a vereadora, o prefeito Athos Avelino também teria atrasado propositalmente o envio ao legislativo do projeto que trata da Lei de diretrizes orçamentárias, que definirá o orçamento municipal para 2007, tendo como alvo a sua aprovação em regime de urgência.
- Ou seja, mais uma vez o executivo força o plenário a votar a matéria sem tempo de debatê-la, já que o prazo para sua votação também termina amanhã, só sendo reaberto após o fechamento das urnas de outubro - conclui a vice-presidente do legislativo municipal.