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Quarta-Feira,27 de Novembro
Política

Executivo em teste

Para especialistas, candidatos com vida política estável podem trazer mais benefícios para a população por meio de alianças já consolidadas

Alexandre Fonseca
Publicado em 16/09/2022 às 21:44.

(Fábio Marçal/Prefeitura de MOC)

Antes de assumirem o Executivo Municipal, os cinco últimos prefeitos de Montes Claros já participavam do cenário político do Norte de Minas, seja como secretários de alguma pasta, vereadores, deputados estaduais e/ou deputados federais. Para especialistas, as eleições para o legislativo funcionam como um “trampolim” para se alcançar o executivo local, ou até mesmo o processo reverso. 

“O exercício das urnas”, como nomeia o jornalista e articulista político, Aldeci Xavier, “é um processo pelo qual o político participa para galgar algum cargo na política, ou seja, você está constantemente participando do processo eleitoral. Dos deputados (que foram prefeitos de MOC), talvez com exceção de um, todos os outros foram vereadores, foram galgando até chegar à prefeitura” explica Xavier. 

Foi o que aconteceu com os últimos cinco prefeitos eleitos para administrar Montes Claros. A começar por Luiz Tadeu Leite que exerceu três mandatos à frente do munícipio (1983/1988,1993/1996 e 2008 a 2012) passando por Jairo Ataide (1997/2000 e 2001/2004) e continuando com Athos Avelino (2005/2008), Ruy Muniz (2013/2016) e por fim Humberto Souto (2017/2020 e 2021/2024), todos passaram pelo legislativo antes de se elegerem para prefeito da sexta maior cidade de Minas Gerais. 

Para o sociólogo e doutor em Ciência Política, Geélison Ferreira da Silva, ter uma vida política ativa em Montes Claros, a maior cidade do Norte de Minas, representa uma grande projeção na carreira política de qualquer candidato da região, seja no processo de transição do legislativo para o executivo ou vice-versa.  

“É uma questão de preparação: fazer relações, contatos, adquirir espaços dentro dos partidos políticos. Ser candidato é fazer parte dessa ocupação de espaços de prestígio. Quanto mais voto, mais prestígio, porque isso é uma forma de mobilização de poder. Quanto mais relação o candidato tiver, mais capacidade de influenciar e interferir em políticas públicas ele vai ter” fala. 

“Quando se está no holofote do processo, o político passa a conviver de forma direta com o eleitor, passa a ser de conhecimento dele, a imagem dele já está construída, não precisa ser submetida novamente a apreciação. A história é decisiva nesse processo, por exemplo, todos os suplentes das eleições para vereadores nas eleições seguintes conseguiram se eleger” completa o articulista político Aldeci Xavier. 

Com a palavra, o eleitor

Para alguns eleitores, muitas são as variáveis que um candidato precisa ter ou fazer para que ele consiga seu voto. Nas reportagens anteriores, O NORTE ouviu porta-vozes de consideráveis entidades de Montes Claros sobre a importância de se eleger candidatos da terra. Além desse tópico, eleitores também ponderam outros fatores. 

Para o auxiliar de almoxarifado, Thiago Correa, as propostas do candidato precisam estar vinculadas a uma vida política idônea.  

“Levo muito em consideração as propostas do candidato, a ficha dele, e se ele não está envolvido em escândalos. Na verdade, depende muito mais do que isso. Para eu dar meu voto, o candidato precisa ter, principalmente, vontade de fazer algo melhor para a cidade, estado ou meu país”, avalia. 

A professora de São João da Lagoa (que fica a 72,4 km de Montes Claros), Isabel Fonseca, relata que sempre procura ler sobre o possível votado, principalmente por ela ser da área de educação. 

“Primeiro levo em conta essa pauta, se tem histórico positivo. E para federal e senador vou seguir a mesma linha, que seja alinhando com a pauta da educação. Que realmente já demonstraram em projetos importantes esse compromisso, como exemplo a votação da regulamentação do piso da educação em Minas, tirando a proporcionalidade. Os que foram contra ou se abstiveram de votar estou fazendo campanha contra, pedindo pra nunca mais ganharem o voto do mineiro”, ressalta. 

Por sua vez, a advogada montes-clarense, Carolina Caldeira, pondera que “o principal aspecto que levo em consideração é se o deputado é um representante da região. Pois esse candidato tem uma percepção maior de quais são as nossas maiores necessidades, tendo em vista que o Norte de Minas é uma das regiões mais carentes do Estado. Em segundo lugar, observo a integridade e se as propostas são interessantes”, comenta. (AF)

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