Christine Antonini
Repórter
 A assistente Katerine Soares é cadeirante e não deixou de votar no primeiro turno das eleições municipais |
A eleição de 2016 foi atípica em comparação aos anos anteriores. Além das novas leis para as campanhas eleitorais, a inclusão de pessoas deficientes agora também é uma realidade.
Até 2014, a pessoa com deficiência ficava com os direitos civis suspensos. Em 2015, após a aprovação do Estatuto da Pessoa com Deficiência, políticas públicas voltadas para a inclusão foram implantadas. O objetivo é que aja participação das pessoas com necessidades especiais em todos os segmentos da sociedade. As urnas têm sistema em braile e fones de ouvido e para aqueles que necessitam de ajuda de outra pessoa, é possível levar um acompanhante que ajude na urna.
SEÇÕES ESPECIAIS
Em todos os municípios existem seções especiais para pessoas com deficiência. De acordo com Maria Célia Santos, analista judiciária do cartório eleitoral de Montes Claros, geralmente os locais escolhidos são de fácil acesso, sem escadas ou com elevadores.
- Aqui em Montes Claros, a seção especial fica no colégio Marista. No ato de fazer o título, caso o eleitor tenha alguma necessidade especial, nós já lançamos no sistema. Se for uma deficiência adquirida após fazer o título, os mesários já estão preparados para recebê-los também – explica Célia Santos.
A novidade este ano são os fones de ouvido para pessoas com deficiência auditiva. Esse recurso só era usado quando o eleitor que necessitasse do auxilio fosse ao cartório eleitoral com antecedência. Hoje não precisa mais dessa antecipação, os mesários estão preparados para cadastrar e auxiliar no ato da votação.
VALOR DO VOTO
A assistente Katerine Soares é cadeirante e não deixou de votar.
- Não podemos deixar a deficiência nos impedir de exercer nosso direito. O voto é importante. Nós somos cidadãs como qualquer outra pessoa. Sempre procuro me informar para eleger aquele que seja mais dinâmico com ideias voltadas para o interesse da população.
A analista Maria Célia percebeu o interesse das pessoas com deficiência na participação política.
- Nesta semana um homem procurou o cartório para informar que perdeu o movimento das pernas e que o local de votação dele não tinha acesso para cadeirantes. Agora, para o segundo turno, nós disponibilizamos para ele, na sua seção, um lugar especial para que possa votar.