Parte do sonho de milhares de pessoas que trafegam diariamente pela BR-251 começou a ser realizado. Anunciada em meados de maio, a recuperação do trecho da rodovia, entre Montes Claros e Grão Mogol, teve início nesta semana. O governo federal liberou R$ 38 milhões para a obra.
A luta por melhorias na via é a principal bandeira da deputada federal Raquel Muniz (PSD-MG). Em 2015, ela criou a Frente Parlamentar pela BR-251, da qual é presidente, e contou com a adesão de parlamentares e entidades de classe.
O vereador Cláudio Prates chegou a dizer em recente reunião que “a BR pode ter vários pais, mas que a mãe desta grande obra é Raquel Muniz”.
A BR-251 liga o Mato Grosso à Bahia e passa pelo norte de Minas, onde tem um dos pontos mais precários e perigosos, na região da Serra de Francisco Sá, incluído no trecho de 88 km que já está recebendo os serviços de recuperação.
Dados da Polícia Rodoviária Federal registram que apenas no ano de 2014 foram mais de 700 acidentes na rodovia.
TRABALHOS
Coordenador do Dnit na região, Wainer Nether explica que a primeira etapa do serviço é a análise estrutural do pavimento. “Estamos com equipamento na pista fazendo alguns ensaios pra ver onde a gente vai colocar esses remendos localizados”, disse.
Nether ainda assegurou: “Se a gente entrasse de cara fazendo a retirada do asfalto velho e colocando a camada nova, este serviço era a certeza do insucesso. Essa preparação de pista que fazemos é necessária, para que a solução seja mais duradoura, apesar de ter um tempo de validade pré-definido”, pontuou.
Para a deputada Raquel Muniz, as obras de recapeamento da BR-251 representam uma vitória. “Vai melhorar a rodovia, diminuir os buracos e com isso o risco de acidentes, que muitas vezes são fatais”, disse Raquel.
A deputada lembrou que só a recuperação não atende à demanda da população. “A luta maior é pela duplicação e dela não abrimos mão. Somos persistentes e vamos continuar insistindo, porque não podemos mais aceitar que a BR-251 permaneça com o título de rodovia da morte. Podem continuar contando comigo nesta luta”, finalizou.
Reflexos até na economia
O prefeito de Francisco Sá, Mário Osvaldo Cassassanta, é um dos que comemora a recuperação da BR-251. O trecho que vai receber os serviços passa pela serra da cidade, onde a estrada recebeu o apelido de “Rodovia da Morte”, em razão do alto índice de acidentes. O tráfego diário fica em torno dos 9 mil veículos.
De acordo com Mário Osvaldo, a recuperação vai interferir positivamente nos rumos da administração. “Muita gente deixa de vir a Francisco Sá para não ter que enfrentar os perigos dessa estrada. Com este serviço, aumenta o número de turistas e até a economia da nossa região tende a melhorar”, declara.
Marcos Santos, motorista de transporte de cargas, mora em Montes Claros e passa pela rodovia todos os dias. Ele diz que devido às más condições da pista, a troca de peças e pneus é frequente: “A rodovia é bastante irregular, com desníveis e muitos buracos. A empresa custeia os reparos no veículo, mas mesmo assim, não deixa de ser prejuízo. A recuperação é bem-vinda”.
Canteiro
O prefeito Mário Osvaldo chegou a sugerir que o canteiro de obras fosse montado na região, mas o Dnit manterá a base em Montes Claros.
“O trecho com maior número de acidentes é a serra de Francisco Sá, mas o canteiro de obras, neste primeiro momento, está em Montes Claros porque o serviço que demanda maior preparação de pista vai até o entroncamento com a BR-122”, diz Wainer Nether.
Entretanto, ele não descartou a mudança de local durante a obra, que deve terminar dentro de dois anos: “Quando efetivamente começar o recapeamento e passar a fase inicial de preparação de pista, o canteiro deve se concentrar na região de Francisco Sá”. (MV)