Deputado quer instituir dia de combate ao crack em Minas

Jornal O Norte
Publicado em 20/05/2010 às 09:27.Atualizado em 15/11/2021 às 06:29.

Neumar Rodrigues


Repórter



O deputado Ruy Muniz, líder do DEM na Assembleia, enviou projeto de lei para que se institua o dia de combate ao crack em todo o estado de Minas Gerais. E o dia seria 19 de outubro. A lei sendo aprovada, o poder público promoverá, com a participação da sociedade e do Conselho Estadual Antidrogas, eventos para o combate a essa terrível droga com palestras de conscientização nas escolas e em locais públicos. O parlamentar justificou a questão informando que “é notória a evolução do consumo e do comércio de drogas e entorpecentes em nosso país, e entre estas, uma substância se destaca pelo seu poder de destruição e pelo aumento do consumo nos últimos anos, o crack”.



Estudo recente realizado em Salvador, São Paulo, Porto Alegre e no Rio de Janeiro detectou um aumento do número de usuários de crack em tratamento ou internados em clínicas para atendimento a dependentes de álcool e drogas. Eles respondem por 40% a 50% dos indivíduos em tratamento, dependendo da clínica e de sua localização. A idade média dos usuários de crack (31 anos) é inferior à dos demais pacientes em tratamento (42 anos). Entre os dependentes desta droga, 52% são desempregados. O levantamento foi coordenado pelo psiquiatra Félix Kesser, vice-diretor do Centro de Pesquisa em Álcool e Drogas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e membro da Associação Brasileira de Estudos sobre Álcool e Drogas.



A preocupação com esta droga desencadeou uma campanha do Grupo RBS chamada Crack, nem pensar! que visa declarar guerra ao crack. A droga é mais potente que outras substâncias químicas, leva 12 segundos para chegar ao cérebro e causa sensação de euforia, vontade irresistível de usá-la. Isso chama-se fissura e faz com que o usuário se torne agressivo: mente, rouba, se prostitui. Além de se tornarem alvo de doenças pulmonares e circulatórias que podem levar à morte, os usuários se expõem à violência e a situações de perigo que também podem matá-lo. O consumo da droga faz com que o usuário queime a boca, os dedos, as vias aéreas e o pulmão. Em alguns casos, chegam a ser feitas feridas, úlceras junto ao lábio pela alta temperatura do cachimbo ou da latinha.



Para o deputado Ruy Muniz, o objetivo é mobilizar nosso estado nesta grande campanha. Para isso foi criado o projeto de lei que pretende fazer do dia 19 de outubro dia de combate ao “crack” no Estado de Minas Gerais: “paralelamente, é preciso que a rede de saúde se programe para ter tratamento não só para a dependência, mas para as sequelas deixadas por essa droga que vem traumatizando milhares de famílias mineiras”. Por fim, o parlamentar alertou que todo usuário de crack é um candidato à morte, porque a droga é tão forte que pode provocar lesões cerebrais irreversíveis por causa de sua concentração no sistema nervoso central. Ruy chamou a droga crack de “a pedra que mata”!



A droga leva 15 segundos para chegar ao cérebro e já começa a produzir seus efeitos: forte aceleração dos batimentos cardíacos, aumento da pressão arterial, dilatação das pupilas, suor intenso, tremor muscular e excitação acentuada, sensações de aparente bem-estar, aumento da capacidade física e mental, indiferença à dor e ao cansaço.



Mas, se os prazeres físicos e psíquicos chegam rápido com uma pedra de crack, os sintomas da síndrome de abstinência também não demoram a chegar. Em 15 minutos, surge de novo a necessidade de inalar a fumaça de outra pedra; caso contrário, chegarão inevitavelmente o desgaste físico, a prostração e a depressão profunda.

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