Dengue é tema de audiência pública na Câmara Municipal
Estiveram presentes no plenário a infectologista Cláudia Biscotto, o coordenador do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), Edvaldo Freitas, cerca de 80 alunos do ensino básico da escola estadual Zinha Prates e agentes de endemias e representante da superintendência regional de Saúde
Foto: Wilson Medeiros![]() Cerca de 80 alunos do ensino básico da escola estadual Zinha Prates participaram da audiência |
Na manhã desta quinta-feira (17) foi realizada audiência pública, de iniciativa do vereador Cláudio Prates, para discutir ações efetivas no combate a proliferação do mosquito Aedes Aegypti, transmissor da Dengue, Chikungunya e o Zika Vírus.
Estiveram presentes no plenário a infectologista Cláudia Biscotto, o coordenador do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), Edvaldo Freitas, cerca de 80 alunos do ensino básico da escola estadual Zinha Prates e agentes de endemias e representante da superintendência regional de Saúde.
O proponente da reunião abriu o pronunciamento na tribuna.
- Fomos tomados pelo horror de descobrir que o mosquito é capaz de transmitir outras doenças até mais graves que a dengue, provocando risco às grávidas, além de ameaçar crianças recém-nascidas com a microcefalia. O parlamentar também destacou a presença dos alunos de escolas públicas como multiplicadores da informação.
O coordenador do CCZ, Edvaldo Freitas,apresentou os números relativos à infestação na cidade. Segundo o agente, no último Levantamento de Infestação Rápido (LIRA), realizado em mês de outubro do ano passado, o município apresentou índice de infestação de 1,3%, sendo 0,3% acima do aceitável pelo Ministério da Saúde. De acordo com dados do CCZ, os bairros mais infestados eram Bela Paisagem e Vila Real com 8%, Jardim Panorama e João Gordo com 7%, Vila Mauricéia, Ibituruna e Roxo Verde com 6%.
Edvaldo relata que somente em 2016 foram feitas cerca de 165 mil visitas domiciliares, mais de 5 mil focos eliminados e retiradas 110 toneladas de pneus usados do meio ambiente.
- Uma das ações mais eficazes no combate do vetor é a educação e mobilização da população em geral. A utilização da mídia, hoje, é de grande importância também - reforça Edvaldo Freitas.
Na oportunidade, uma breve explicação do contexto atual das três doenças foi proferido pela infectologista Cláudia Biscotto.
- É importantíssimo estarmos reunidos discutindo esse assunto com a população, principalmente com as crianças. Nesses últimos dois anos, com essas epidemias, nosso problema aumentou muito. A dengue ainda é a doença mais grave transmitida pelo Aedes aegypti, pois ela continua levando pessoas a óbito. O Zika veio para colocar a preocupação com relação às gestantes e os problemas neurológicos que os fetos podem ter. Quanto à Chikungunya, em Montes Claros ainda não há casos confirmados - disse a infectologista.
Cláudia Biscotto utilizou sua fala para também reforçar o papel de cada morador para com a limpeza e prevenção contra o mosquito.
- Nós, como cidadãos, temos que fazer nosso papel. Se não houver consciência, dificilmente acabará com a dengue – ponderou o chefe de gabinete da prefeitura de Montes Claros, Geraldo Edson.
Durante a participação do público, o estudante Vitor Emanuel questionou se o mosquito também transmite a síndrome Guillain Barré. Cláudia Biscotto explicou que a síndrome é uma complicação que pode ocorrer depois de qualquer virose ou gripe.
- É uma doença neurológica que pode ocorrer depois da zika. O mosquito transmite a Zika e daí desenvolve para o Guillain Barré.
AÇÕES DE PREVENÇÃO
Em fevereiro deste ano, o município decretou situação de emergência. Segundo a administração municipal, no mês de janeiro é comum o aumento no número de notificações. Dois fatores estão associados a isso: o primeiro é a incidência de sol e chuva, que juntos favorecem a proliferação do mosquito; e também por ser um período de férias, no qual muitas pessoas viajam. Após o decreto, o município realizou uma força-tarefa.
Entre as ações, o “Dia D” de combate ao Aedes Aegypti. Somente nos bairros Maracanã, Major Prates, Delfino Magalhães, Independência, Santos Reis e Village do Lago foram retirados mais de 48 mil toneladas de materiais inservíveis.
Além disso, foram realizadas ações de educação em saúde como palestras, passeatas, estandes e reuniões comunitárias. Uma capacitação também foi oferecida aos agentes comunitários, militares do Exército e do 10º Batalhão de Polícia Militar.
