Maria Antônia Mota, de 79 anos, mostra, orgulhosa, o título de eleitora (JOSÉ CARLOS MOTA)
Em ano de eleição, vem sempre aquela discussão a respeito da obrigatoriedade de se votar no Brasil. Eleitoras e eleitores alfabetizados, com idades entre 18 e 70 anos, devem comparecer às urnas. Para quem tem 16 ou 17 (e tirou o título) ou mais de 70, o voto é facultativo. E, apesar de tantas discussões a respeito desde dever cívico, o fato é que em Montes Claros teremos mais eleitores aptos a escolher os comandantes do que nas últimas eleições.
Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que os jovens montes-clarenses com 16 anos estão animados a participar do pleito em outubro: 1.066 se cadastraram este ano;com 17 anos foram 1.770. Somando-se as duas idades, corresponde-se a 1% do eleitorado. O dobro registrado até 2020, quando foram 131 de 16 anos e 1070 de 17 anos - correspondente a 0,5% do eleitorado.
Os idosos também querer seguir participando das escolhas doa mandatários. Entre 70 e 79, saltaram de 15.699 para 17.111 eleitores. Com mais de 79 anos, serão 9.637 aptos a votar, correspondendo a 6% do eleitorado para a próxima eleição.
MAIOR PARTICIPAÇÃO
O TSE demonstra um aumento de eleitores, na cidade de 269.396, da última eleição, para 287.668 este ano (+ ou - 6% a mais). O levantamento do TSE mostra que houve um crescimento no número de eleitores nas faixas etárias com menores de 18 anos (aumento de 58,4%) e acima de 79 anos (aumento de 26,2%), no comparativo entre as eleições de 2018 e 2022.
Para a chefe da 184 Zona Eleitoral de Montes Claros, Helen Guimarães da Silva, o aumento de jovens e idosos, acontece em razão de campanha realizada pelo próprio TSE, para incentivar a participação desse eleitorado nas eleições. “Com a campanha, e com agregação de alguns personagens famosos que participaram, houve um aumento expressivo de jovens de 16 e 17 anos, então esse eleitorado que era, em Montes Claros de meio porcento, passou a ser de 1% na cidade”, informa.
ESTREANTE
Quem entra nesta estatística, pela primeira vez, e está ansioso e motivado para que este dia chegue logo, é o adolescente V.A.L.S, de 16 anos, que mesmo sem ter a obrigação de votar, acredita ter o dever de tentar mudar alguma coisa no país. “Me senti motivado pelo fato de tentar ajudar o Brasil, neste momento, tão desastroso. Vejo que tudo está ruim, a saúde, a educação, a segurança. Quero participar e fazer a diferença este ano”, disse, convicto.
NÃO PRECISAM, MAS VÃO
Assim como o jovem de 16 aos, a aposentada Rosa Terezinha, de 81 anos, não é obrigada a votar. Mas vai. Acredita que seu voto é importante para o Brasil. “Minha consciência me manda votar. Quero tentar mudar este quadro que está aí no Brasil. Quero mudar principalmente esta violência, o fato de quererem acabar com a democracia, porque o brasileiro está vivendo com medo, diminuir a fome do meu povo, a corrupção exagerada. Isto me motiva. Tenho amor a minha pátria, vou tentar fazer algo para melhorar e neste caso é indo votar”, diz determinada.
Maria Antônia Dias da Mota, de 79 anos, também disse que vai às urnas. Ela avalia que o Brasil precisa da população unida, em busca de um futuro melhor.
“O que me leva de novo às urnas é a necessidade de uma mudança. Este ano foi muito turbulento. E a gente precisa de alguém que nos ajude na vida financeira, no emprego, porque tem muitas pessoas que estão passando necessidade, passando fome”, explicou.
Dona Antônia disse que já sabe também em quem votar para governador, mas escolheu o senador e os deputados. “Ainda não tenho a pessoa certa para estes outros cargos. Vou ter que ver as propostas deles”, comentou.