Eduardo Brasil
Repórter
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O porta-voz do prefeito Athos Avelino - PPS, na câmara municipal de Montes Claros, vereador Cori Ribeiro (do mesmo partido), exige mais respeito da oposição. Ele reagiu às críticas feitas pela vereadora Fátima Pereira - PTB, que em entrevista a O Norte, na edição de ontem, acusou a bancada que dá sustentação à administração municipal de ser conivente com os interesses politiqueiros do executivo - que, por sua vez, estaria usando essa força numérica para atos que remontam aos idos da ditadura, desqualificando o papel dos legisladores.
Cori Ribeiro nega subserviência da bancada que apóia a administração municipal e lamenta críticas que denomina como levianas (foto: Wilson Medeiros)
Segundo a vice-presidente da câmara municipal, a subserviência dos vereadores desprezaria os anseios da população que os elegeu, votando às cegas, em regime de urgência, projetos de importância pessoal para o prefeito, sem mesmo conhecer seu conteúdo.
- Considero uma falta de respeito esse comentário, uma leviandade e um tremendo de um papo-furado que demonstra, até mesmo, um desequilíbrio emocional. Votação em regime de urgência, por exemplo, tem sido uma exceção e não a regra.
O vereador diz considerar as críticas da vereadora normais, a partir do momento em que elas caracterizam uma postura de quem se coloca na oposição.
- Mas é imperdoável a sua tentativa de jogar a sociedade contra a administração municipal - contra-atacou o porta-voz.
CERCEAMENTO
Cori Ribeiro também não concorda com a acusação de que a bancada seja conivente com interesses particulares do executivo, e que para isso estaria até mesmo cerceando as ações da vereadora e de outros parlamentares de oposição, a mando do prefeito - como teria ocorrido na reunião de terça-feira 27, ao impedir que usassem a tribuna do legislativo para criticar o governo municipal, deixando o plenário no momento de suas falas, provocando a falta de quorum e, consequentemente, o encerramento da reunião pelo presidente da casa, Ildeu Maia, quando eram ainda 09h30.
- Devido a compromissos inadiáveis tive de me ausentar do plenário naquele momento. Mas não o fiz com o propósito de cercear a fala da vereadora ou de quem quer que fosse. Nem acredito que os demais companheiros tenham agido com este objetivo.
BANCADA DO POVO
Cori Ribeiro reitera sua defesa à postura da bancada situacionista e descarta a pecha de que ela seja subserviente em apoiar as decisões da administração, contribuindo para atos ditatoriais. Sustenta que o comportamento dos vereadores é digno - e voltado para as necessidades da população.
- Todos os projetos que aprovamos tratam de levar benefícios ao povo. A nossa bancada representa o povo, e não o prefeito, cuja administração nós defendemos, sim, desde que ela esteja atenta aos problemas da comunidade. E isso tem ocorrido. Não somos coniventes com nenhum esquema escuso como tentam insinuar.
Para o porta-voz, é injusto que acusem a bancada de ignorar a população para atender a interesses politiqueiros do executivo.
- É uma falácia, coisa própria de uma oposição sem muito critério, tocada por questões emocionais. Só lamento que tais manifestações descambem para a falta de respeito, como temos verificado. Respeito é bom e todo mundo gosta de dar e receber - conclui Cori Ribeiro.